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Porto Digital reúne 475 empresas de tecnologia no centro de Recife

Andar pelo centro histórico do Recife revela uma surpreendente combinação entre passado e futuro. Casarões do século 17 foram transformados em ambientes modernos, climatizados e equipados com tecnologia de ponta, onde equipes desenvolvem soluções em algoritmos de logística, segurança da informação, games e inteligência artificial. Esse cenário faz parte do Porto Digital, um dos principais polos de inovação tecnológica do Brasil, situado no coração da capital pernambucana.

Fundado em 2000 como uma política pública para fomentar o setor de tecnologia da informação em Pernambuco, o Porto Digital nasceu da colaboração entre poder público, iniciativa privada e academia, seguindo o modelo de hélice tripla. Desde então, a iniciativa não apenas revitalizou o Bairro do Recife, preservando e restaurando mais de 230 mil metros quadrados de imóveis históricos, como também consolidou-se como um vibrante ecossistema de inovação e empreendedorismo que abriga 475 empresas, que empregam mais de 21 mil profissionais nas áreas de tecnologia da informação, economia criativa, automação, inteligência artificial, entre outras. No total, a área abrange 171 hectares, o equivalente ao tamanho de 42 campos de futebol.

Entre as empresas instaladas no Porto Digital estão gigantes multinacionais como Accenture, Deloitte, NTT Data e Capgemini, além de inúmeras startups que contribuem para a dinamização do ambiente tecnológico. Essas corporações não apenas atraem talentos, mas também funcionam como importantes formadoras de capital humano, trazendo consigo métodos, processos, métricas e plataformas que favorecem um ciclo virtuoso de aprendizado e inovação coletiva.

A importância desse polo tecnológico é ressaltada por nomes como o professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Silvio Meira, um dos idealizadores do Porto Digital e do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). Segundo ele, cinco das dez maiores empresas globais de tecnologia, em termos de capital humano, atuam atualmente no parque, demonstrando o impacto do distrito no contexto mundial.

Historicamente, a região enfrentava um êxodo de profissionais qualificados, que buscavam oportunidades em outras metrópoles ou países. O engenheiro elétrico Eduardo Peixoto, atual diretor do CESAR, recorda ter saído do Recife para São Paulo e depois para Genebra em busca dessas oportunidades. O projeto do Porto Digital foi crucial para reverter essa fuga de talentos, criando uma economia local que atraiu novamente esses profissionais e gerou novos empregos especializados.

A formação de novos talentos é uma das prioridades do distrito: hoje, cerca de 4,5 mil alunos participam de cursos em parceria com universidades locais, focados em oferecer capacitação prática e rápida, integrando residência em empresas para aproximar a formação acadêmica das demandas do mercado. Em 2024, Recife formou cerca de 1,4 mil profissionais na área tecnológica, número significativo para a região e que demonstra o crescimento da capacidade de geração de conhecimento.

Além do impacto econômico que gira em torno de R$ 4,75 bilhões por ano, o Porto Digital tem se consolidado como referência mundial em governança público-privada, recebendo reconhecimento e prêmios nacionais e internacionais por sua organização e resultados. O polo não apenas projeta a economia digital local, mas também contribui para a reabilitação urbana e a valorização do patrimônio histórico de Recife, revelando-se um exemplo de como tecnologia, cultura e desenvolvimento podem caminhar juntos para construir o futuro da cidade.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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