O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, elogiou o Brasil pelo papel exemplar que o país desempenha na luta contra as mudanças climáticas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro em Belém. Em coletiva de imprensa realizada na Zona Azul da Cúpula do Clima, Sánchez destacou que o Brasil é um modelo a ser seguido por levar a sério os compromissos climáticos baseados na ciência, ressaltando que o país mostra a liderança necessária para enfrentar os desafios globais pela razão e pela esperança, em oposição ao negacionismo climático.
Sánchez destacou também a importância do Acordo de Paris, assinado há dez anos, como o principal instrumento de cooperação internacional para enfrentar a emergência climática de modo solidário e eficaz. O presidente espanhol alertou para os impactos graves da crise climática já observados na Espanha, citando eventos extremos como inundações, tempestades, incêndios e ondas de calor que causaram a morte de mais de 20 mil pessoas na última década. Ele enfatizou os efeitos econômicos e sociais desses desastres, afetando setores vitais como turismo e agronegócio.
Durante sua participação na Cúpula do Clima, que antecede a COP30 e reúne lideranças de mais de 70 países, Sánchez expressou otimismo quanto aos resultados da conferência, desde que prevaleça o multilateralismo. Ele criticou o isolamento adotado pelos Estados Unidos em sua nova administração, em contraste com o firme compromisso da União Europeia de reduzir emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2040, com a meta de alcançar a neutralidade climática até 2050. Sánchez ressaltou ainda que a Espanha defende a construção de pontes entre regiões e países e espera que sob a presidência brasileira da COP30 seja possível avançar para a assinatura de um acordo importante entre a União Europeia e o Mercosul, fortalecendo a cooperação regional.
A presença do presidente espanhol em Belém reafirma a prioridade que a Espanha atribui às relações com a América Latina e ao fortalecimento da aliança estratégica entre os blocos regionais, especialmente no campo das agendas ambientais. Sánchez também fez referência à complexidade geopolítica atual envolvendo tensões no Caribe e ações dos Estados Unidos, desejando que essas questões não comprometam o foco das discussões climáticas. Em síntese, sua mensagem destacou a urgência e a responsabilidade coletiva para enfrentar a crise climática, reforçando o papel do Brasil como exemplo e liderança nesse desafio global.

