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Produção científica brasileira volta a crescer em 2024

A produção científica brasileira voltou a crescer em 2024, com mais de 73 mil artigos publicados, um avanço de 4,5% em relação a 2023, segundo relatório conjunto da editora Elsevier e da agência de notícias científicas Bori[5]. Esse aumento interrompe dois anos de queda, mas ainda deixa o país abaixo do pico de 2021, quando foram registrados 82.440 artigos[1][3].

O relatório, elaborado a partir da base Scopus — a maior base de literatura científica revisada por pares — mostra também um crescimento expressivo no número de pesquisadores brasileiros que publicaram artigos na última década: a proporção saltou de 205 autores por milhão de habitantes em 2004 para 932 por milhão em 2023[5]. Entre as áreas do conhecimento, as ciências da natureza continuam liderando a produção no Brasil, seguidas pelas ciências médicas, enquanto engenharias e tecnologias registraram o maior crescimento em 2024, com alta de 7,1%[5].

A análise por instituições revela que 29 das 32 instituições brasileiras que publicaram mais de 1.000 artigos em 2024 ampliaram sua produção, com destaque para as universidades federais de Pelotas, de Santa Catarina e do Espírito Santo; em contrapartida, três instituições reduziram sua produção: a Universidade Federal de Goiás, a Universidade Estadual de Maringá e a Embrapa[5].

No panorama internacional, o relatório avaliou 54 países com produção anual superior a 10 mil artigos e constatou crescimento na grande maioria entre 2023 e 2024, exceto Rússia e Ucrânia[5]. A taxa de crescimento composta (2014–2024) tende a ser menor em países de alta renda e maior em nações de renda média ou baixa que ainda consolidam seus sistemas de ciência e tecnologia; exemplos de alto crescimento no período foram Iraque, Indonésia e Etiópia, enquanto França, Japão e Taiwan apresentaram os menores índices[5]. O Brasil aparece em 39º lugar nessa comparação, com um crescimento comparável ao de países desenvolvidos como Suíça e Coreia do Sul, mas com sinal de perda de fôlego nos últimos anos: após taxas próximas de 12% entre 2006 e 2014, o ritmo desacelerou bruscamente a partir de 2016 e ficou em 3,4% no decênio encerrado em 2014, segundo o relatório[5][1].

Especialistas ouvidos por veículos e análises do setor relacionam a desaceleração recente a fatores como redução de financiamento, impactos da pandemia (fechamento de laboratórios), retração do número de pesquisadores e problemas de carreira acadêmica e de valorização da ciência, apontando que esses fatores têm afetado motivação e capacidade produtiva no país[1][2][3].

Apesar da retomada observada em 2024, os dados indicam que o Brasil precisa ampliar investimentos, fortalecer carreira de pesquisador e políticas de apoio à pós-graduação e à internacionalização para recuperar e superar os níveis de produção anteriores e acompanhar o ritmo de crescimento observado em outras nações emergentes[2][1][5].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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