O Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, celebra o Dia da Consciência Negra com a estreia do documentário *Cabo Verde: Um Sonho Possível*, dirigido por Celso Luiz Prudente e roteirizado por Rogério Almeida, ambos professores da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A produção integra a programação da 21ª Mostra Internacional do Cinema Negro (Minicine), que vai até 22 de dezembro. A exibição acontece no dia 20 de novembro, com entrada gratuita e seguida de um bate-papo com o diretor.
O documentário aborda a trajetória do povo do arquipélago de Cabo Verde, atualmente um país africano que foi colônia portuguesa e utilizou mão de obra escrava, similar ao Brasil, traçando paralelos históricos entre as duas nações. A obra destaca a importância da cultura como alicerce da identidade coletiva do povo cabo-verdiano, especialmente por meio da morna, gênero musical reconhecido pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade, que expressa em suas letras melancólicas o passado de repressão e os desafios vividos.
Além da música, o filme destaca figuras centrais na construção da identidade nacional de Cabo Verde, como o militante político Amílcar Cabral e a cantora Cesária Évora, cujas trajetórias inspiram a resiliência e o sonho de autonomia do povo. O documentário utiliza uma abordagem cultural para mostrar como a educação pode fomentar uma epistemologia enraizada na africanidade das ilhas, reforçando valores libertários e a força da memória coletiva.
A estreia faz parte do programa Doc.MIS, que mensalmente exibe documentários seguidos de debates com os realizadores, buscando ampliar o conhecimento e o olhar crítico sobre temas ligados à cultura e à história negra. O MIS está localizado na Avenida Europa, 158, no Jardim Europa, e os ingressos precisam ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria do museu, com as exibições sujeitas à lotação do espaço.
