Projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tem reunido esforços para capacitar rendeiras do Cariri paraibano para exportação de seus produtos. A ideia é melhorar a geração de renda, condições de trabalho e perfil socioeconômico dessas mulheres que, em grande parte, além de serem artesãs, estilistas, desenhistas, lavadeiras e passadeiras, acumulam as funções de dona de casa e/ou de trabalhadora rural.
Uma das próximas ações nesse sentido ocorrerá nesta sexta-feira (4), quando será ofertado um curso on-line voltado para a moda e a arte paraibana, mais especificamente as rendas renascença, trabalho exclusivamente artesanal realizado no Cariri do estado, com trama executada a partir de um desenho riscado em papel manteiga, fixado em almofada e executada com agulha comum, utilizando linha e lacê, fita de algodão que une as tramas.
O minicurso é uma parceria do projeto da UFPB, denominado de “Comércio exterior e oportunidades de trabalho no estado da Paraíba: noções básicas de exportação e importação”, com a Cobra Magazine, revista de moda e luxo.
A iniciativa acontecerá no âmbito da Lei Aldir Blanc na Paraíba, criada em junho deste ano, com o intuito de promover ações para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da cultura e manutenção dos espaços culturais brasileiros durante o período de pandemia da covid‐19
O curso de curta duração será ofertado por Itamar Dias, gestor de moda e aluno de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais da UFPB. Na ocasião, haverá as participações de Regina Gomes, mestre em renda renascença, e de Márcia Paixão, do Departamento de Economia da UFPB e coordenadora do projeto, criado em 2017. As 100 vagas estão esgotadas, mas é possível se inscrever nesta lista de espera.
Outra ação de qualificação prevista é um curso de comunicação estratégica para as rendeiras e artesãs do Cariri paraibano, com dez módulos. Ao todo, estão sendo oferecidas 99 vagas, pelo projeto portal de dados da extensão da UFPB. As inscrições devem ser realizadas através deste formulário eletrônico.
“O objetivo desse curso de comunicação é auxiliar as rendeiras com a divulgação de seus trabalhos nas mídias digitais e aproximar os jovens do ofício, além de chamar ainda mais atenção deles para a necessidade de reconhecimento maior do valor cultural, econômico e social desse trabalho”, explica Márcia Paixão.
Segundo relatório da docente da UFPB, visitas técnicas no Cariri do estado ocorreram em 19 e 20 de novembro, a fim de conhecer as instalações e a localização de cinco associações de rendeiras e de apresentar o projeto-piloto da UFPB, em discussão e formulação com as próprias rendeiras desde 4 de setembro., por meio de reuniões on-line, via Google Meet.
No encontro, os integrantes do projeto da UFPB também levantaram informações mais detalhadas e precisas para melhor identificar as necessidades das rendeiras relacionadas à comercialização, foco principal da iniciativa. Eles também tiveram a oportunidade de conhecer in loco aspectos da realidade social e econômica das rendeiras e de seus municípios.
As visitas foram a convite do Governo Estadual/Programa de Artesanato Paraibano (PAP), representado pela coordenadora Marielza Rodriguez, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Paraíba (Sebrae-PB), por meio de Madalena Arruda, gerente regional. Acompanhe as atividades do projeto da UFPB através de seu perfil no Instagram e de sua página no Facebook.
Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB