Na madruga desta quinta-feira (2), uma onda de protestos tomou várias cidades europeias em resposta à ação da Marinha de Israel que resultou na interceptação e sequestro dos ativistas da Global Sumud Flotilha, uma missão humanitária internacional que navegava para a Faixa de Gaza com suprimentos de alimentos e medicamentos. A operação israelense ocorreu em águas internacionais e gerou ampla indignação popular e política por todo o continente.
Na Itália, onde havia um grande contingente de ativistas, manifestantes ocuparam a estação ferroviária central de Nápoles, bloqueando os trilhos e paralisando o tráfego de trens. Em Roma, grupos tentaram cercar e bloquear a estação Termini, levando a polícia a fechar o local. Uma greve geral convocada pela maior central sindical do país está marcada para a sexta-feira (3) em solidariedade aos ativistas e ao povo palestino. Milhares também protestaram em Milão e Turim, gritando slogans como “Palestina livre” e carregando bandeiras palestinas.
Outras capitais da Europa registraram manifestações significativas. Em Atenas (Grécia), ativistas pró-Palestina se reuniram diante da embaixada de Israel para denunciar o que chamaram de “pirataria” contra os navios civis. Na França, Alemanha, Espanha, Bélgica, e Turquia, vídeos e relatos mostram multidões nas ruas em protesto pela ação militar israelense. Em Bruxelas, milhares marcharam vestindo vermelho para simbolizar uma linha contra a violência e cobraram da União Europeia uma postura mais firme contra o bloqueio de Gaza.
A flotilha humanitária, considerada a maior tentativa até hoje de romper o bloqueio marítimo israelense vigente há 18 anos em Gaza, contava com cerca de 50 barcos e 500 ativistas de quase 50 países, incluindo figuras públicas como a ativista climática Greta Thunberg e o neto de Nelson Mandela, Mandla Mandela. A operação israelense resultou na detenção de dezenas de ativistas, entre eles políticos europeus e brasileiros, o que aprofundou a comoção global.
Além da mobilização nas ruas, entidades e governos de vários países, como Cuba, Venezuela e Brasil, condenaram a ação de Israel. Em Portugal, protestos estão programados para ocorrer em diversas cidades, convocados por organizações solidárias à causa palestina.
Os protestos pela Europa refletem a ampla condenação internacional à apreensão dos navios e denunciam o bloqueio contínuo imposto à Faixa de Gaza, que dificulta a entrada de ajuda humanitária crucial para milhões de pessoas afetadas pelo conflito. A operação israelense foi acusada de impedir esforços pacíficos e legítimos para o alívio da crise humanitária na região, intensificando ainda mais as tensões e a mobilização global em defesa dos direitos humanos e da liberdade do povo palestino.