Mais de 66 mil clientes permanecem sem energia na Grande São Paulo quatro dias após a ventania que acompanhou a passagem de um ciclone extratropical, apesar da previsão da concessionária de normalizar o fornecimento até o domingo e da determinação judicial que fixou prazo sob pena de multa pesada. Segundo a Enel, 0,78% do total de consumidores que atende ainda estavam sem luz neste domingo, enquanto as equipes permanecem nas ruas trabalhando para religar a rede; no auge da crise, na quarta-feira (10), cerca de 2,2 milhões de clientes foram impactados por ventos que chegaram a 98 km/h e provocaram a queda de mais de 300 árvores sobre cabos e postes, o que agravou os danos à infraestrutura elétrica[12][1]. A Justiça de São Paulo deu à concessionária 12 horas para restabelecer a energia em todas as unidades consumidoras, com multa de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento, além de prazos mais curtos para serviços considerados essenciais, e determinou atualização contínua das estimativas de normalização; a decisão passou a valer a partir da intimação da Enel[2][10]. Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a Enel pode perder a concessão para operar no estado se não cumprir integralmente os índices de qualidade e obrigações contratuais previstos no contrato de concessão[11]. A companhia diz ter mobilizado um número recorde de equipes e utilizado sistemas de automação para religamentos, e informou que o trabalho continua de forma ininterrupta para restabelecer o fornecimento a todos os consumidores afetados pelo evento climático[12][4]. A dimensão do apagão reacende debates sobre a fragilidade da rede diante de eventos extremos e a necessidade de investimentos em resiliência, manutenção preventiva e alternativas como geração distribuída, enquanto autoridades e órgãos de defesa do consumidor acompanham possíveis medidas administrativas e judiciais contra a concessionária[1][4][8].

