A Amazônia Legal registrou entre agosto de 2024 e julho de 2025 o menor índice de desmatamento em unidades de conservação federais dos últimos 17 anos, totalizando 134 quilômetros quadrados desmatados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mesmo período, as unidades de conservação do Cerrado apresentaram uma redução ainda mais significativa, com 31 quilômetros quadrados desmatados, o segundo menor índice desde a criação do Inpe, em 2007.
Esses resultados históricos refletem uma redução de 31% na Amazônia e de 45% no Cerrado em áreas protegidas, evidenciando o avanço das políticas de combate ao desmatamento. De modo geral, a taxa de desmatamento na Amazônia Legal caiu 11,08% no período, chegando à terceira menor taxa desde 1988, com 5.796 km² devastados, consolidando um movimento de queda contínua nos últimos três anos. No Cerrado, a redução foi de 11,49%, também mantendo a tendência positiva após anos de crescimento da devastação.
Essas conquistas são atribuídas a ações intensivas de fiscalização realizadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que implementou 312 operações na Amazônia envolvendo mais de 1.400 agentes e aplicou cerca de 1.300 autos de infração. No Cerrado, foram 91 ações com quase 500 agentes e mais de 400 autos de infração emitidos. A atuação direta nas áreas de risco contribui para a contenção das derrubadas.
Entretanto, apesar dos avanços para o controle do desmatamento, especialistas alertam para o aumento da degradação florestal, um processo de perda progressiva da cobertura vegetal causado principalmente por queimadas de grandes proporções, que pode levar ao colapso dos ecossistemas. O estado de Mato Grosso, em particular, apresentou um aumento de 26% no desmatamento, associado a incêndios florestais.
Os dados do Inpe corroboram a eficácia dos programas federais de combate ao desmatamento, como o PPCDAm e o PPCerrado, que, combinados com esforços do setor privado para promover cadeias produtivas sustentáveis, impulsionam o país a retomar um papel de liderança ambiental. O Brasil busca, assim, alcançar a meta de zerar o desmatamento até 2030, mostrando que é possível conciliar desenvolvimento econômico com a preservação de seus biomas chave.
