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Rio: encontro de escritores e artistas indígenas completa 20 anos

O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas comemora em 2025 vinte anos de existência, reunindo no Rio de Janeiro representantes de diversas etnias entre os dias 15 e 17 de outubro. Esta edição será a maior realizada até hoje, contando com a participação de mais de 30 escritores indígenas, além de artistas plásticos, profissionais do audiovisual e outras personalidades indígenas. A programação é gratuita e inclui rodas de conversa, poesia, oficinas de pintura, atividades infantis, ações educativas voltadas para a formação de professores e apresentações musicais.

Idealizador do evento, o escritor e educador Daniel Munduruku destaca que essa trajetória de duas décadas representa uma importante demonstração de resistência cultural, sobretudo em um país que costuma “perder a memória das coisas”. O encontro começou com 12 escritores indígenas, e hoje já são cerca de 150 autores indígenas ativos, com mais de 400 títulos publicados ao longo desses anos. Para Munduruku, a literatura indígena se consolidou como uma escola literária própria, afirmando a identidade dos povos indígenas e sua contribuição permanente para a construção da identidade brasileira.

Além de fortalecer a produção cultural, a literatura indígena tem exercido influência direta nas políticas públicas do país. Munduruku cita, por exemplo, a aquisição e edição de livros de autores indígenas por governos federal, estaduais e municipais, além de iniciativas do Ministério da Cultura para promover uma maior equidade na compra de obras para material escolar. A renovação das gerações indígenas, com o aumento do interesse cultural entre os jovens, reforça o papel crescente dessa produção na sociedade.

O Encontro acontece no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, região portuária da cidade, e o encerramento será realizado no dia 18 de outubro na Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, com uma série de atividades como oficinas, contação de histórias, roda de poesia, além de feira de artesanato e de livros indígenas. A organização é conduzida pela professora Claudete Daflon, da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o Museu Nacional dos Povos Indígenas e diversos órgãos culturais vinculados ao Ministério da Cultura e ao Ministério dos Povos Indígenas.

O evento também reflete a maior inclusão dos indígenas na sociedade brasileira, com presença em diversas linguagens artísticas e acadêmicas, evidenciada pela atuação de escritores como Ailton Krenak, membro da Academia Brasileira de Letras, e Daniel Munduruku, da Academia Paulista de Letras. Essa visibilidade reforça a contribuição vital dos povos indígenas para as artes e a cultura brasileira, evidenciando transformações sociais e o reconhecimento de direitos e identidades.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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