A exposição “Geometria Visceral”, com obras do artista plástico Gilberto Salvador, volta ao Rio de Janeiro após 17 anos e ocupa os três salões do segundo andar do Paço Imperial; a mostra reúne cerca de 40 trabalhos — entre pinturas, esculturas e vídeos — que traçam mais de 60 anos de trajetória do artista e ficará aberta ao público até 1º de março do ano que vem[1][2].
Instalada no centro histórico do Rio, a exposição funciona como um panorama que conecta fases distintas da produção de Gilberto Salvador, nascido em São Paulo em 1946 e formado em Arquitetura pela Universidade de São Paulo, cuja formação e carreira acadêmica atravessam e informam sua prática artística[1][2]. Ao longo de mais de seis décadas de trabalho, Salvador transitou por séries e temas variados — da experimentação com ícones da cultura de massa e referências à Pop Art, à pesquisa sobre a representação de animais, iconografia indígena e o confronto entre o orgânico e o inorgânico —, sempre alternando entre uma paleta ora fria e geométrica, ora quente e gestual[1][2].
A seleção apresentada no Paço evidencia essa tensão entre rigor formal e expressividade lírica: telas em que geometrias rígidas e fundos calculados convivem com intervenções gestuais; esculturas que traduzem a mesma dicotomia em volume; e vídeos que adicionam temporalidade e movimento à leitura do conjunto[1][2]. A mostra também marca o retorno de Salvador ao circuito carioca depois de quase duas décadas, reforçando seu lugar na história das artes visuais brasileiras — com participação em importantes bienais e exposições individuais em instituições como o MASP ao longo da carreira[1][2].
Para o público, a exposição oferece uma oportunidade de acompanhar cronologicamente as mudanças de linguagem do artista e de perceber como seu percurso como arquiteto e professor influencia escolhas formais e temáticas nas obras expostas[1][2]. A mostra fica aberta ao público no Paço Imperial até 1º de março do ano que vem, permitindo um olhar abrangente sobre uma produção que dialoga com questões estéticas, sociais e ambientais presentes ao longo da obra de Salvador[1][2].

