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Risco de não investir em florestas é elas desaparecerem, diz Noruega

O governo brasileiro lançou na Cúpula do Clima em Belém o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo financeiro inovador que visa proteger as florestas tropicais em mais de 70 países. A Noruega anunciou um aporte de US$ 3 bilhões para o fundo, o maior investimento individual declarado até o momento, que será destinado ao longo dos próximos dez anos. Com esse aporte, o total prometido ao fundo soma cerca de US$ 5,5 bilhões, incluindo contribuições anteriores do Brasil e da Indonésia.

O TFFF foi concebido para captar inicialmente US$ 25 bilhões junto a governos de países detentores de florestas tropicais e alavancar até US$ 125 bilhões de recursos privados. O objetivo é remunerar financeiramente as nações que conservam suas florestas, proporcionando retorno aos investidores por meio de aplicações em títulos considerados de baixo risco, como os com classificação triple A. Pelo menos 20% dos recursos serão destinados a comunidades tradicionais e povos indígenas, reconhecendo seu papel fundamental na conservação ambiental.

Em sua apresentação, representantes da Noruega destacaram que o investimento no fundo é uma resposta necessária para evitar o desaparecimento das florestas tropicais, um problema com impactos globais. O ministro norueguês do Clima e Meio Ambiente ressaltou que o maior risco está na inação, enquanto a ministra brasileira do Meio Ambiente enfatizou o potencial do fundo para contribuir na mitigação das mudanças climáticas ao evitar a emissão de gases de efeito estufa, proteger biodiversidade e respeitar os modos de vida das populações indígenas.

O Banco Mundial foi designado para gerir operacionalmente o TFFF, garantindo transparência e eficiência na aplicação dos recursos. O modelo representa uma tentativa de criar um novo paradigma de financiamento climático, conjugando recursos públicos e privados para preservar ecossistemas essenciais em países frequentemente mais vulneráveis economicamente, onde o desmatamento ainda é economicamente mais atrativo que a conservação. O sucesso do fundo depende da adesão de outros países além dos já comprometidos, estando o mecanismo alinhado às metas globais de combate às mudanças climáticas e à proteção ambiental.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)