Riscos do alisamento capilar à brasileira ganham destaque na França: alertas surgem após casos de intoxicação

Na França, a prática popular de alisamento capilar conhecida como “escova progressiva”, famosa entre brasileiras, está sob escrutínio. A Academia Nacional de Medicina da França, com base em um relatório da Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSES), emitiu um alerta sobre os riscos associados a essa técnica, após relatos de insuficiência renal aguda em várias mulheres que usaram produtos de alisamento.

A “escova progressiva” promete resultados duradouros ao alisar cabelos crespos, cacheados ou ondulados por meses. Esse efeito prolongado é conseguido através da aplicação de queratina e do uso de placas de aquecimento para selar o produto no cabelo. No entanto, além da queratina, muitos produtos utilizados para esse procedimento contêm substâncias químicas que podem ser perigosas, como o ácido glioxílico, que substituiu o formaldeído em 2013, após este ser banido por seus efeitos cancerígenos.

O ácido glioxílico, utilizado em alguns cosméticos por sua capacidade de alisar os fios, tem sido associado a sérios problemas de saúde. O sistema de cosmetovigilância da ANSES registrou casos de insuficiência renal aguda ligados ao uso de produtos com essa substância, mas felizmente as pessoas afetadas se recuperaram após o tratamento. A ANSES, ao tomar conhecimento do primeiro caso, iniciou uma investigação sobre os possíveis danos renais causados pelo ácido glioxílico, com o objetivo de propor novas regulamentações na Europa para o uso dessa substância em produtos cosméticos.

Embora os resultados da investigação ainda não tenham sido finalizados, a recomendação é de que as pessoas fiquem atentas ao uso desses produtos.

Nova perspectiva: o preço da beleza versus os riscos à saúde

O desejo por cabelos lisos e sedosos é uma busca constante para muitas pessoas, especialmente aquelas com cabelos crespos ou ondulados. No entanto, à medida que novas técnicas de alisamento prometem resultados cada vez mais impressionantes, surgem também questionamentos sobre até que ponto vale a pena arriscar a saúde por um padrão estético.

O caso levantado pela ANSES na França é um exemplo claro disso. O uso indiscriminado de produtos químicos como o ácido glioxílico, muitas vezes vistos como inofensivos, pode ter consequências graves, como problemas renais. Apesar de os riscos estarem sendo investigados e as regulamentações serem estudadas, o simples fato de esses incidentes ocorrerem já aponta para a necessidade de maior conscientização sobre os produtos cosméticos que utilizamos.

O que esse episódio mostra é que, além dos benefícios estéticos, os consumidores precisam se informar sobre os riscos à saúde associados a esses tratamentos. A beleza não deve ter um preço tão alto quanto o comprometimento da saúde.