A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está convocando os pais ou responsáveis por crianças com idade de 6 meses a 4 anos para aderirem à campanha de vacinação contra poliomielite na Paraíba. Após metade do período de campanha, apenas 25,52% do público alvo compareceu a um posto de saúde para atualizar a caderneta de vacinação contra a doença. No estado, estima-se que 227.851 crianças na faixa etária de 6 meses a 4 anos deveriam receber a vacina, mas até agora pouco mais de 58 mil foram imunizadas.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a Paraíba ocupa o 5º lugar no Nordeste na aplicação da vacina contra pólio, ficando atrás de Alagoas, Ceará, Pernambuco e Sergipe. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, no período de 30 anos – entre 1988 e 2018 – a vacinação foi responsável por reduzir de 350 mil para 29 os casos de poliomielite no mundo, representando uma eficiência de 99,99%. Com a diminuição da procura pela vacinação, países como Estados Unidos já voltaram a identificar casos da doença.
Para a secretária de Saúde, Renata Nóbrega, a baixa cobertura vacinal contra a poliomielite pode facilitar o reaparecimento de casos da doença. “O Brasil está entre os oito países que têm maior risco de retorno da doença em virtude da preocupante cobertura vacinal. A vacina é segura, gratuita e está disponível em mais de mil postos em todo estado. Não chegar até a meta mínima de alcance, que é de 95%, pode significar o adoecimento das nossas crianças. Lembrando que a pólio é uma doença que pode ser grave e provocar paralisias irreversíveis e fatais, já que, além dos membros, também pode paralisar os músculos responsáveis pela respiração”, alerta.
A gerente executiva de Vigilância em Saúde, Talita Tavares, destaca que a campanha de vacinação contra pólio estará vigente em todo estado até o dia 09 de setembro. “São mais 15 dias de campanha para ampliar a vacinação contra pólio e também atualizar a situação de crianças e adolescentes em relação a todas as vacinas do calendário nacional. A SES tem investido em capacitações para as equipes, mantido os estoques abastecidos em todos os 223 municípios e se empenhado nas campanhas nacionais e na realização de Dias D para facilitar o acesso da população às vacinas. Agora, precisamos contar com a participação da população em se fazer presente. Pedimos aos pais e responsáveis que levem as crianças para receber a vacina e mantenham as cadernetas em dia para que possamos ficar livres não apenas da pólio, mas de tantas outras doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização”, pontua.
Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), no Brasil, as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano. Depois de 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, a pandemia de covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.