Sessão para certificar vitória de Biden é retomada no Congresso dos EUA após paralisação por invasão

Extremistas a favor de Trump cercam congresso americano — Foto: Reprodução/GloboNews

Parlamentares e jornalistas que estavam no Capitólio relataram tiros dentro do prédio. Uma mulher foi baleada e acabou morrendo algum tempo depois.

Militares da Guarda Nacional foram acionados para reforçar a segurança do Capitólio. De acordo com o Pentágono, serão cerca de 1,1 mil soldados enviados a Washington. De acordo com a imprensa americana, 13 pessoas foram presas.

Momentos antes da invasão, Trump disse que marcharia junto com os apoiadores ao Congresso. “Eu estarei com vocês. Vamos andar até o Capitólio e felicitar nossos bravos senadores e congressistas”, disse no discurso em que rejeitou, mais uma vez, reconhecer o resultado da eleição. Ele, porém, não foi visto na marcha (veja mais adiante na reportagem).

O vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão, pediu que os invasores deixassem o Capitólio “imediatamente” e disse que os envolvidos sofrerão consequências legais.

“Protestos pacíficos estão no direito de todo americano, mas este ataque ao nosso Capitólio não vai ser tolerado”, afirmou.

Só depois, Trump pediu que os extremistas deixassem o capitólio, em mensagem publicada nas redes sociais.

Vocês têm que ir para casa. Precisamos ter paz, precisamos ter lei e ordem e precisamos respeitar nosso grande pessoal de lei e ordem. Não queremos ninguém ferido”, afirmou.

Após, mais uma vez, o republicano publicar declarações infundadas de que as eleições foram alvo de fraude, o Twitter removeu as postagens e anunciou o bloqueio da conta de Trump por 12 horas.

Sessão para confirmar resultado de eleições

A sessão conjunta no Congresso dos EUA desta quarta-feira deve certificar a vitória de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. Trata-se, costumeiramente, de uma formalidade em que os votos do Colégio Eleitoral são apenas contados pelo vice-presidente aos parlamentares das duas casas. Biden venceu Trump no Colégio Eleitoral por 306 votos contra 232.

Na sessão, é permitido que parlamentares apresentem contestações — ou seja, questionamentos — sobre os resultados nos estados. Se ao menos um parlamentar da casa legislativa diferente do congressista que apresentou o protesto concordar com o pedido, a contagem é interrompida.

Aí, Câmara e Senado debatem se acatam ou não. Para que a objeção seja aprovada, as duas casas devem aprovar o pedido — o que não acontecerá, já que os democratas são maioria na Câmara e Trump não teve apoio mesmo de parlamentares republicanos no Senado, onde liderava.

Dois aliados do presidente Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitaram nesta quarta-feira (6) mudar o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos vencidas pelo democrata Joe Biden.

Após políticos trumpistas apresentarem uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Biden em novembro —, o senador McConnell fez duro discurso aos colegas de partido.

“Nós [parlamentares] não podemos simplesmente nos declarar um júri eleitoral com esteroides. Os eleitores, os tribunais e os estados todos falaram. Todos falaram. Se passarmos por cima, vamos danificar nossa República para sempre”, afirmou McConnell, que foi um dos principais escudeiros do governo Trump no Congresso.

“A eleição não foi nem apertada, na verdade”, completou o líder republicano. Pelo Colégio Eleitoral, Biden venceu Trump por 306 votos a 232.

Por G1