A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a transferência de sete presos considerados líderes da facção criminosa Comando Vermelho para presídios federais. A decisão foi proferida pelo juiz titular da Vara de Execuções Penais, Rafael Estrela Nóbrega, que atendeu ao pedido do governo estadual após a megaoperação policial conhecida como Operação Contenção, realizada em outubro de 2025 nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes, incluindo policiais civis e militares.
Os detentos, que já cumpriam penas por tráfico de drogas e não foram presos durante a operação, permanecem atualmente em um presídio de segurança máxima no estado do Rio. Eles são Arnaldo da Silva Dias, conhecido como “Naldinho”; Carlos Vinicius Lírio da Silva, o “Cabeça do Sabão”; Eliezer Miranda Joaquim, “Criam”; Fabrício de Melo Jesus, “Bicinho”; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, “My Thor”; Alexander de Jesus Carlos, “Choque”; e Roberto de Souza Brito, “Irmão Metralha”. A transferência para estabelecimentos federais tem a finalidade principal de interromper a comunicação ilícita entre esses presos e a facção, garantindo a segregação qualificada e restabelecendo a efetividade da função preventiva e repressiva da pena.
Quanto a outros três nomes apontados pela Secretaria de Polícia Civil — Wagner Teixeira Carlos, Leonardo Farinazzo Pampuri (“Léo Barrão”) e o cabo da Marinha Riam Maurício Tavares Mota — a Justiça requisitou informações complementares para fundamentar a transferência, sendo que o processo do militar segue pendente de julgamento pelo envolvimento no desenvolvimento e uso de drones para ataques a grupos rivais, conforme denúncias das autoridades.
Na decisão, o juiz destacou o papel do Poder Judiciário em equilibrar o princípio da ressocialização da pena com a necessidade imperativa de garantir a segurança do sistema prisional, preservando o interesse coletivo diante do risco real de reincidência e da coordenação de atividades criminosas a partir do cárcere. A movimentação ocorre em um contexto de articulação entre governos estadual e federal para enfrentar a atuação de facções dentro dos presídios, buscando reduzir a violência e a influência das organizações criminosas no Rio de Janeiro.

