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SP: polícia aponta dois postos como origem de contaminação por metanol

Uma operação policial deflagrada na manhã desta sexta-feira em São Paulo e na região do ABC revelou que dois postos de combustível, localizados em São Bernardo do Campo e Santo André, foram a origem da contaminação por metanol em bebidas alcoólicas. Esses postos, pertencentes a uma mesma família, vendiam etanol adulterado com metanol para falsificadores que utilizavam o produto na fabricação clandestina de bebidas. A descoberta ocorreu poucos dias após a prisão da principal suspeita de comandar uma fábrica ilegal em São Bernardo do Campo, responsável por distribuir as bebidas contaminadas em bares da capital e do ABC.

Até o momento, o Ministério da Saúde confirmou oito mortes em decorrência da intoxicação por metanol no país — seis em São Paulo e duas em Pernambuco — além de 41 casos confirmados de contaminação. A Polícia Civil acredita que o esquema criminoso seja responsável por todos os casos registrados no estado paulista. A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão, recolhendo 7,5 mil vasilhames vazios, insumos usados na falsificação e outras evidências que ligam o grupo familiar envolvido à venda do etanol adulterado.

Investigações apontam que a mulher presa na semana anterior, junto com seu pai, ex-marido e cunhado, compunha o núcleo do grupo criminoso que fabricava e distribuía bebidas batizadas com metanol. Transações financeiras entre os familiares e os dois postos reforçam a conexão entre o comércio ilegal de combustível adulterado e a produção clandestina. Um garrafeiro, fornecedor das garrafas usadas na falsificação, também foi identificado e ligado ao esquema.

A polícia ainda trabalha para apurar a extensão do crime, investigando se donos de bares e distribuidoras tinham conhecimento da adulteração nas bebidas comercializadas. Destaca-se que a venda de etanol em bombonas, forma usada para o desvio do combustível adulterado, é ilegal. A operação contou também com a participação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Vigilância Sanitária para fiscalizar os postos suspeitos. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, embora exista atuação de facções criminosas relacionadas aos combustíveis, não há indícios de crime organizado envolvido na fabricação das bebidas adulteradas.

O caso torna evidente a necessidade de um controle mais rigoroso na reutilização de garrafas e na fiscalização da procedência dos insumos para bebidas alcoólicas, medida que está sendo discutida com empresas do setor e autoridades estaduais para evitar novas tragédias decorrentes da ingestão de substâncias tóxicas como o metanol.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)