A Polícia Civil do Estado de São Paulo enviou cerca de mil notificações para celulares que, depois de roubados ou furtados, foram reativados e estão com restrição criminal. A medida faz parte do sistema SP Mobile, implantado pela Secretaria de Segurança Pública para identificar e recuperar aparelhos irregulares. Os donos desses celulares foram localizados por meio do cruzamento de dados de boletins de ocorrência com informações fornecidas pelas operadoras de telefonia.
As pessoas notificadas têm o prazo de até três dias para comparecer à delegacia, onde devem comprovar a legalidade do aparelho ou, se preferirem, devolver o equipamento voluntariamente. Caso não atendam à intimação, poderão ser responsabilizadas pelo crime de receptação, conforme a situação analisada pelas autoridades. O delegado Rodolfo Latif Sebba, coordenador do SP Mobile, destaca que o sistema segue em constante aprimoramento, com o objetivo principal de desarticular organizações criminosas especializadas na receptação e comércio ilegal de celulares.
Desde a implantação do programa, em junho deste ano, já foram recuperados mais de 11 mil aparelhos em todo o estado de São Paulo. Além das notificações, as ações da Polícia Civil incluem buscas com mandados judiciais e fiscalizações em estabelecimentos comerciais suspeitos de envolvimento com a venda e receptação de celulares roubados ou furtados. A SSP também registrou casos em que pessoas que não receberam notificação espontaneamente entregaram seus celulares, demonstrando maior preocupação da população com a origem dos equipamentos adquiridos.
No âmbito da Operação Mobile Strike, deflagrada recentemente, a Polícia Civil prendeu dois homens e uma mulher em São Paulo e apreendeu 43 celulares em um estabelecimento comercial no centro da capital paulista, utilizado como fachada para o esquema criminoso. Durante a operação, foram recolhidos também objetos usados na prática, como capacetes, relógios, uma arma de fogo falsa e uma bolsa térmica para esconder aparelhos, dificultando o rastreamento. As investigações indicam que a quadrilha movimentava cerca de 20 a 30 celulares por dia, com participação de várias pessoas em diferentes funções, desde o roubo até a revenda clandestina, que incluía até exportação ilegal. Onze pessoas foram conduzidas para prestar depoimentos e seguem sob investigação.
Em ação anterior, realizada em setembro, dois homens foram presos em uma central de receptação de celulares roubados na zona oeste da capital. Segundo a SSP, a organização criminosa atuava de forma hierarquizada, com funções específicas para cada membro, fortalecendo o comércio ilegal de aparelhos. O programa SP Mobile também já devolveu milhares de celulares aos proprietários legítimos, proporcionando uma resposta efetiva à queda dos índices de furtos e roubos de smartphones no estado. As autoridades reforçam a importância de informar o número de identificação internacional do equipamento (Imei) no boletim de ocorrência para facilitar a recuperação dos aparelhos.

