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STF marca julgamento sobre morte de Marielle Franco e Anderson Gomes

O ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para os dias 24 e 25 de fevereiro de 2026 o julgamento dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos em março de 2018 no centro do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada após o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, liberar o processo para julgamento, que foi adiado devido ao recesso do STF entre dezembro e janeiro. Estão previstos pelo menos três sessões para o julgamento, incluindo uma extra se necessária.

Os réus são cinco pessoas ligadas a um grupo político com supostas conexões com milícias, incluindo os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão — o primeiro conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e o segundo ex-deputado federal —, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, o major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula e o ex-policial militar Robson Calixto, que foi assessor de Domingos Brazão. Todos estão em prisão preventiva. Segundo a investigação da Polícia Federal e baseado na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou fazer os disparos, os irmãos Brazão e Barbosa seriam os mandantes do crime. Rivaldo Barbosa teria ajudado a preparar a execução, Ronald Alves feito o monitoramento da rotina de Marielle e repassado informações ao grupo, e Robson Calixto teria entregue a arma usada no atentado.

O assassinato está vinculado ao enfrentamento político de Marielle Franco contra os interesses do grupo comandado pelos Brazão, principalmente relacionados a atividades ilegais e controle territorial em áreas dominadas por milícias na região do Rio de Janeiro. A parlamentar era conhecida por sua defesa dos direitos humanos e por denunciar a violência e os crimes praticados por essas organizações. Apesar das fortes evidências, os acusados negaram participação durante os interrogatórios no STF.

Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, enquanto dirigia um carro com seu motorista, Anderson Gomes, que também foi morto a tiros de metralhadora em uma emboscada. O caso ganhou repercussão nacional e internacional pela brutalidade do crime e pelo perfil da vereadora, negra, lésbica, nascida em favela, e engajada na luta pelos direitos das minorias e contra as milícias. O julgamento no STF será um dos momentos decisivos na busca por justiça após anos de investigação e paralisação do caso.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)