A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro o julgamento dos réus do Núcleo 2 da trama golpista, relacionada ao governo de Jair Bolsonaro. Esse núcleo é composto por seis acusados que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), organizaram ações para tentar sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder durante as eleições de 2022. Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.
Entre os acusados estão Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, Marcelo Câmara, ex-assessor, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Mário Fernandes, general do Exército, Marília de Alencar, ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal, e Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário adjunto da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. A PGR aponta que esses réus tiveram papéis relevantes no governo Bolsonaro e coordenaram ações para monitorar e neutralizar autoridades, gerar instabilidade política, elaborar um decreto com medidas de exceção e dificultar o deslocamento de eleitores, especialmente no Nordeste, região onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva obteve maioria dos votos no segundo turno das eleições presidenciais.
Este julgamento será o último sobre os núcleos investigados na trama golpista, após a condenação do Núcleo 1, que contou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. Além do Núcleo 2, estão previstos ainda para o final deste ano os julgamentos dos Núcleos 3 e 4, sendo que o julgamento do Núcleo 4 começará em 14 de outubro, e o Núcleo 3 em 11 de novembro. Já o Núcleo 5, composto pelo empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, permanece sem data marcada devido à ausência de defesa, já que ele reside nos Estados Unidos e não apresentou resposta no processo.
No interrogatório realizado em julho, todos os réus do Núcleo 2 negaram envolvimento na trama golpista, e suas defesas pedem absolvição por falta de provas. No entanto, a PGR mantém de forma consistente as acusações e a solicitação de condenação pelos cinco crimes que envolvem essa ação. O julgamento será realizado em sessões pela manhã e à tarde, sob a presidência do ministro Flávio Dino, responsável pela Primeira Turma do STF.
