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Txai Suruí: “nossa voz precisa ecoar nos espaços de decisão da COP30”

# Txai Suruí cobra representatividade indígena e demanda ação climática na COP30

A ativista indígena Txai Suruí usou sua presença na Marcha Mundial pelo Clima em Belém, realizada no sábado (15 de novembro), para exigir maior participação e poder de decisão dos povos originários nos espaços oficiais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Líder reconhecida pela postura combativa em fóruns internacionais, Txai integra o terceiro Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudanças Climáticas do secretário-geral da ONU, posição que amplia sua voz global e reforça a representatividade indígena nas negociações climáticas.

Durante a manifestação, que reuniu aproximadamente 70 mil pessoas nas ruas de Belém, Txai denunciou a falta de representação adequada dos povos tradicionais. Ela apontou os protestos indígenas recentes na Zona Azul da COP30, ocorridos nas terças e sextas-feiras, como um recado claro de que as comunidades originária não se sentem incluídas nas decisões que afetam diretamente suas vidas e territórios.

“Imagina ter um evento na sua casa e você não poder entrar lá, enquanto eles decidem sobre a sua vida, enquanto o seu território segue ameaçado, segue sofrendo violações, as suas pessoas seguem morrendo”, criticou Txai, descrevendo a situação que enfrentam os povos indígenas na conferência climática. A ativista reforçou a determinação dos povos originários em garantir seu espaço nas deliberações: “Os povos indígenas jamais permitirão que um evento como esse aconteça sem que as vozes deles sejam ouvidas, sem que grito seja dado, sem que as denúncias sejam feitas e sem que as pressões aconteçam. Nós precisamos ter espaços de decisão”.

Txai, representante do povo Paiter Suruí cujos territórios localizam-se em Rondônia e Mato Grosso, celebrou a participação massiva de movimentos sociais e povos tradicionais na marcha. A manifestação reuniu integrantes da Cúpula dos Povos e da COP das Baixadas, além de representantes de organizações de todos os continentes e comunidades paraenses, criando um espaço de diálogo entre diferentes setores sociais preocupados com a emergência climática.

“Um momento importantíssimo no qual se juntam movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, extrativistas, população da floresta, população da Amazônia para dizer ao mundo o que queremos”, destacou Txai sobre a relevância da mobilização. O trajeto percorreu aproximadamente 4,5 quilômetros, saindo do Mercado São Brás até a Aldeia Amazônica, sob temperaturas superiores a 35 graus Celsius.

As demandas apresentadas pela ativista refletem as prioridades dos povos originários para o combate à crise climática. Txai foi categórica ao afirmar que os povos indígenas não aceitam mais a exploração petrolífera na Foz do Amazonas e que a demarcação de territórios é um direito fundamental que representa uma das principais soluções disponíveis ao Brasil e ao mundo para enfrentar as emergências climáticas.

“Dizemos ao mundo que não aceitamos mais a exploração de óleo na Foz do Amazonas e que a demarcação dos territórios é um direito dos povos indígenas, que a demarcação é uma das principais soluções que o Brasil e o mundo podem tomar no combate às emergências climáticas”, afirmou com convicção. Txai também questionou a capacidade das negociações oficiais de produzir resultados concretos, posicionando os próprios povos indígenas como protagonistas nas soluções climáticas: “Se a COP não consegue nos dar respostas para a crise, a gente está aqui dizendo que a resposta somos nós”.

A presença de Txai na COP30 marca um momento significativo para a representatividade indígena nas discussões globais sobre mudanças climáticas. Seu engajamento busca garantir que as vozes dos povos originários ecoem não apenas nas ruas, mas também nos espaços de poder onde as decisões sobre o futuro do planeta são tomadas.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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