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Vaticano exibe Menino Jesus envolto em ‘keffiyeh’ palestino e depois remove

A cena anual de Natal do Vaticano deste ano foi revelada pelo Papa Francisco no último final de semana — com uma adição notável.

Como parte da cena “Natividade de Belém 2024”, o “Menino Jesus” foi exibido sobre um lenço keffiyeh, presenteado pelo Comitê Superior de Assuntos das Igrejas da Palestina.

O keffiyeh é um tradicional lenço quadriculado usado por homens árabes em toda a região, variando em cores e padrões de acordo com sua cidade de origem. Ele é considerado um símbolo nacional palestino e há muito está associado à causa palestina.

A decisão do Vaticano pareceu ser uma declaração de solidariedade com os palestinos, enquanto Israel continua sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 44.700 mortos, a maioria mulheres e crianças.

“Chega de guerras! Chega de violência!”, disse o Papa Francisco em seu discurso.

Em novembro, o pontífice pediu uma investigação para determinar se os ataques de Israel em Gaza constituem genocídio.

Vaticano retira keffiyeh e figura do Menino Jesus de presépio após controvérsia

O Vaticano retirou a figura do Menino Jesus, que estava envolta em um keffiyeh – lenço amplamente reconhecido como símbolo da resistência palestina –, do presépio montado na Sala Paulo VI, local que abriga as audiências gerais do Papa Francisco durante o inverno.

Uma imagem divulgada pelo portal Vatican News mostra a cena do presépio sem o lenço e sem o Menino Jesus. De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, a ausência da figura segue a tradição de só colocar o Menino Jesus no presépio na noite de Natal, entre os dias 24 e 25 de dezembro.

Quanto ao keffiyeh, o Vaticano declarou que sua inclusão foi feita “de última hora” na montagem, que é uma criação de artistas palestinos de Belém, localizada na Cisjordânia ocupada.

Nos últimos dias, imagens do Papa Francisco diante do presépio com o lenço, que carrega forte significado político e cultural para os palestinos, geraram desconforto na comunidade judaica.

Marco Cassuto Morselli, presidente da Federação da Amizade Hebraico-Cristã da Itália, expressou “desconcerto” com a escolha do keffiyeh como parte do cenário natalino. Já Giuseppe Momigliano, rabino-chefe de Gênova, classificou o episódio como “particularmente inquietante”, alegando que ignora a origem judaica de Jesus Cristo.

Por outro lado, o artista palestino Taisir Hasbun, responsável pela curadoria do presépio, explicou que o projeto foi pensado como uma oportunidade para dar voz aos cidadãos de Belém, cidade natal de Cristo. “Essa é uma maneira de informar os visitantes da Sala Paulo VI sobre a nossa existência”, declarou Hasbun ao Vatican News.

O Papa Francisco tem reiterado apelos por paz no Oriente Médio em diversas ocasiões. Recentemente, em um livro, o pontífice defendeu investigações detalhadas para determinar se os ataques na Faixa de Gaza poderiam ser classificados como genocídio.

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