A Virada Sustentável retornou ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira (16) para uma edição especial que se estenderá até domingo (19), com o objetivo de aproximar o público de temas centrais como mudanças climáticas, consumo consciente e biodiversidade. Após cinco anos de ausência, o festival volta à cidade que sediou eventos históricos sobre o clima, como a Eco 92 e a Rio+20. Esta edição celebra os 15 anos do festival, que já realizou 55 edições por diversas cidades do país, com programação gratuita distribuída em locais culturais e públicos emblemáticos da capital, entre eles o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), a Galeria Scenarium, a Casa Clima, a Fundição Progresso, o Museu de Cultura Afro-Brasileira da Pequena África, o Parque Garota de Ipanema e o Sesc Rio.
A abertura oficial ocorreu no CCBB RJ, onde foi iniciado o Fórum Virada Sustentável, com debates que reúnem especialistas, ativistas climáticos, organizações parceiras e o público para discutir temas como empreendedorismo sustentável, economia verde em festivais e no Carnaval, saneamento, práticas ESG, urbanismo e ancestralidade comunitária. O Fórum contou com cerca de 30 lideranças, incluindo representantes de iniciativas comunitárias e ambientais como a Rede Favela Sustentável e o Comitê da Baía de Guanabara, ampliando o diálogo para a inclusão social e a sustentabilidade urbana. Além dos debates, o CCBB Rio ofereceu apresentações musicais de artistas renomados como Paula Morelenbaum e sua família, o ganhador do Grammy Latino Zé Ibarra, e o grupo Tanaka do Pife, que resgata músicas tradicionais brasileiras.
Outro foco do festival está nas oficinas e atividades formativas realizadas no CCBB Educativo, além da exposição “Um escultor de significados”, do artista plástico Flávio Cerqueira, que retrata questões sociais e identitárias por meio de cerca de quarenta obras em bronze. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, próximas ao Parque Garota de Ipanema, o biólogo Mário Moscatelli, com mais de 36 anos de atuação na região, conduz ações de educação ambiental que incluem soltura de caranguejos e plantio de mudas, reforçando o contato direto com a biodiversidade local. Paralelamente, há iniciativas de alimentação sustentável, como o jantar solidário no Refettorio Gastromotiva, restaurante-escola e refeitório comunitário localizado na Lapa, que serve pessoas em situação de vulnerabilidade social com cardápio elaborado por chefs e voluntários.
O evento ainda integra diversas atividades culturais, como o 2º Festival Favela Sustentável na Fundição Progresso e apresentações de jongo, maracatu e circo no Parque Garota de Ipanema, culminando com o show de encerramento da cantora Mãeana. Instalações artísticas também ocupam a Praça Mauá e a Praia de Botafogo, promovendo reflexões sobre consumo, resíduos e sustentabilidade. A Virada Sustentável desenvolve suas ações em parceria com a Organização das Nações Unidas no Brasil, celebrando a construção de uma rede nacional de parceiros que potencializam a mobilização social em torno de uma agenda consciente, conectada ao futuro e à próxima Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), prevista para novembro em Belém, Pará. Com uma programação rica e descentralizada, o festival reafirma seu papel de destaque como o maior evento de sustentabilidade da América Latina, reunindo cultura, educação e ativismo em prol do meio ambiente e da justiça social.

