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AVC mata uma pessoa a cada seis minutos no Brasil

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, permanece como uma das principais causas de morte e incapacidade física no Brasil e no mundo. No país, uma pessoa morre a cada 6,5 minutos em decorrência do AVC, segundo dados da consultoria Planisa. Entre 2019 e setembro de 2024, foram registradas mais de 85 mil internações pela condição no sistema público de saúde, com uma permanência média hospitalar de 7,9 dias por paciente, totalizando cerca de 680 mil diárias. Dessas permanências, 25% ocorreram em unidades de terapia intensiva (UTI) e 75% em enfermarias, contabilizando custos hospitalares de R$ 910,3 milhões, dos quais R$ 417,9 milhões referem-se a diárias críticas e R$ 492,4 milhões a diárias não críticas. Em 2024, até setembro, os gastos superaram R$ 197 milhões, e os custos praticamente dobraram entre 2019 e 2023, acompanhando um aumento no número de internações que passou de 8.380 para 21.061 no mesmo período.

O AVC é resultado da interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro causada pelo entupimento ou rompimento de vasos. Existem dois tipos principais: o isquêmico, que corresponde a 85% dos casos, devido à obstrução arterial; e o hemorrágico, que ocorre por hemorragia cerebral e, embora menos frequente (15% dos casos), pode ser mais letal. O quadro afeta mais frequentemente homens e a rápida identificação dos sintomas é crucial para o tratamento eficaz e para reduzir sequelas. Entre os sinais de alerta estão confusão mental, alterações na fala e visão, dor de cabeça súbita e intensa, desequilíbrio, tontura, fraqueza ou formigamento de um lado do corpo.

Os fatores de risco incluem hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol elevado, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas e histórico familiar. Alerta-se que 90% dos casos são preveníveis mediante controle desses fatores.

No Brasil, avanços no tratamento incluem a incorporação da trombectomia mecânica pelo SUS desde 2023, procedimento que remove o coágulo da artéria cerebral e pode triplicar as chances de o paciente ficar independente após um AVC. Atualmente, 13 hospitais públicos oferecem esse atendimento. Entretanto, persistem desafios regionais significativos, com concentração de centros especializados no Sul e Sudeste e escassez ou ausência de centros no Norte. Isso impacta diretamente a mortalidade, que pode chegar a 49% em hospitais sem centros especializados, contra 17% nos que dispõem da estrutura adequada.

Além disso, estudos indicam que o custo hospitalar para tratar AVC isquêmico em hospitais públicos é alto e ainda maior do que o reembolso recebido pelo SUS, especialmente em procedimentos mais complexos, como a trombectomia.

Nos últimos anos, houve aumento de 15% nos casos de AVC em jovens, especialmente entre 18 e 45 anos, devido a fatores como sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, obesidade, diabetes, hipertensão e condições genéticas, o que acende um alerta para a importância do reconhecimento precoce dos sintomas e adoção de medidas preventivas.

Apesar dos avanços no tratamento e da conscientização, o AVC permanece como uma ameaça significativa à saúde pública no Brasil, exigindo esforço contínuo para ampliar o acesso aos centros especializados, aprimorar o atendimento em tempo adequado e investir em prevenção.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)