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Fórum Brasileiro de Segurança Pública condena operação no Rio

Uma megaoperação realizada pelas forças de segurança no Rio de Janeiro, nos complexos da Penha e do Alemão, resultou em um dos episódios mais violentos recentes no estado. A ação, que visava combater o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país, terminou com mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais, e a prisão de várias pessoas, entre elas importantes figuras do crime organizado.

A operação foi amplamente criticada por entidades como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que questionou a falta de coordenação entre as autoridades estaduais e federais, bem como a condução da ação. A entidade, composta por policiais, pesquisadores e representantes da sociedade civil, defende que a segurança pública deve ser tratada como um direito social universal e que ações como essa não resolvem o problema do crime organizado sem uma abordagem mais estratégica e coordenada.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública destacou que, sem investimentos em inteligência financeira e coordenação entre órgãos federais e estaduais, o crime organizado não será efetivamente afetado. Além disso, a entidade criticou a forma como os corpos foram tratados, deixados em uma área sem isolamento ou preservação da cena do crime, o que viola regras básicas da legislação processual penal.

A operação também gerou tensões políticas, com o governo do estado do Rio de Janeiro alegando que não recebeu apoio do governo federal, enquanto este nega qualquer falta de cooperação. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a necessidade de articulação entre as forças de segurança e a importância de operações de inteligência para o sucesso dessas ações.

A Defensoria Pública da União e a Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio repudiaram o aumento da violência e da letalidade policial, alertando que as ações de segurança não podem resultar em violações de direitos humanos. A operação reacendeu debates sobre a política de segurança pública no Brasil e a necessidade de abordagens mais eficazes e respeitosas dos direitos humanos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)