O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento do recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pede a cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e de outros investigados por suposto abuso de poder político e econômico na campanha à reeleição em 2022. O recurso busca reverter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que havia absolvido Castro e os demais acusados de irregularidades envolvendo contratações irregulares na Fundação Ceperj e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
A ministra Isabel Gallotti, relatora do caso no TSE, votou pela cassação dos mandatos de Cláudio Castro, do ex-vice-governador Thiago Pampolha, do ex-presidente da Ceperj Gabriel Rodrigues Lopes e do deputado estadual Rodrigo Bacellar, atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), além de pedir a inelegibilidade por oito anos e a realização de novas eleições no estado. Segundo a relatora, as contratações temporárias de cerca de 27 mil funcionários foram realizadas à margem das normas constitucionais, sem fiscalização adequada e fora da folha de pagamento oficial, com os pagamentos feitos em espécie diretamente aos beneficiários, na boca do caixa dos bancos.
O Ministério Público Eleitoral acusa que essas contratações temporárias ilegalmente fomentaram a campanha do governador por meio de aliciamento de eleitores, com suspeitas de coação para que servidores fizessem postagens favoráveis nas redes sociais em troca da manutenção do emprego. O valor total gasto nessas contratações alcançou R$ 248 milhões, cifra cerca de 30 vezes maior que o teto legal de gastos aprovado para a campanha de 2022, que era de R$ 17 milhões.
Cláudio Castro, entretanto, declarou confiança na Justiça, ressaltando que o TRE-RJ havia decidido pela sua absolvição por falta de provas e inconsistências na acusação. O julgamento no TSE foi suspenso após o pedido de vista do ministro Antônio Carlos Ferreira, e ainda não há data definida para a retomada do processo. O caso é acompanhado com grande atenção, pois pode levar à anulação da eleição e à convocação de um novo pleito para o governo do Rio de Janeiro.

