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PF diz que ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil mensais de propina

O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso após investigações da Polícia Federal revelarem que ele recebia mensalmente R$ 250 mil em propinas relacionadas a um esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. O relatório da PF, que fundamentou a operação deflagrada em novembro de 2025, indica que Stefanutto utilizava empresas de fachada, como uma pizzaria, uma imobiliária e escritórios de advocacia, para ocultar os valores da propina, recebendo esses pagamentos entre junho de 2023 e setembro de 2024. A investigação aponta que, após assumir a presidência do INSS em 2023, o valor da propina aumentou significativamente e que Stefanutto teve papel decisivo por meio de sua influência na Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), facilitando juridicamente a celebração de acordos e blindando o esquema para a continuidade das fraudes.

A fraude envolvia mais de 600 mil vítimas e gerava milhares de reclamações judiciais e administrativas, contabilizando desviados que ultrapassam os R$ 700 milhões. Para que essa fraude de grande escala fosse mantida, o pagamento de propinas a altos gestores do INSS foi essencial, segundo o relatório da PF. Stefanutto, que antes de ser presidente da autarquia era procurador do INSS, foi identificado nas investigações com o codinome “Italiano”, sendo considerado peça estratégica para manter a operação criminosa ativa e operando como uma das principais engrenagens do esquema.

Em sua defesa, a equipe de Stefanutto declarou não ter tido acesso ao conteúdo da decisão judicial que resultou na prisão e classificou o ato como ilegal, ressaltando que ele colaborou com a investigação desde o início. A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), também investigada, afirmou estar disposta a cooperar e enfatizou o direito à presunção de inocência de seus integrantes, pedindo respeito aos direitos fundamentais durante o processo jurídico.

Durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no INSS, Stefanutto afirmou ter tomado todas as providências para interromper os descontos não autorizados e implementou medidas como a exigência de biometria e assinatura digital para autorizar descontos, embora tenha reconhecido falhas iniciais no sistema, que passou a funcionar plenamente apenas em fevereiro de 2025. Ele também mencionou ter encontrado irregularidades graves no sistema ao assumir a presidência, incluindo o uso indiscriminado e sem controle de senhas, o que teria facilitado as fraudes. Apesar disso, a investigação indica persistência de atividades ilícitas durante seu comando, sustentadas por esquemas complexos e apoio de operadores financeiros ligados à Conafer.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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