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Bolsa e dólar caem em dia de liquidação do Banco Master

O Banco Central oficializou nesta terça-feira (18) a liquidação extrajudicial do Banco Master, encerrando de forma imediata as atividades da instituição e frustrando as negociações de venda que estavam em curso com o Grupo Fictor. A decisão, assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, também determinou a liquidação da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Imobiliários, e colocou a EFB Regimes Especiais de Empresas como liquidante, com amplos poderes para administrar e vender os ativos remanescentes.

A medida foi tomada após o Banco Central identificar graves infrações e indícios de fraude na emissão de títulos pelo grupo Master. O BC já havia barrado, em setembro, uma tentativa de aquisição do banco pelo Banco de Brasília (BRB), devido ao risco de sucessão de ativos problemáticos. O modelo de negócios do Master, baseado na captação de recursos pagando juros muito acima da média do mercado e na compra de ativos de baixa liquidez, como precatórios e direitos creditórios, foi considerado insustentável e arriscado.

Com a liquidação, todas as obrigações do banco venceram antecipadamente e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) foi acionado para ressarcir correntistas e investidores dentro do limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Estima-se que o resgate envolva cerca de R$ 41 bilhões, o que representa o maior pagamento já feito pelo FGC em sua história e consome aproximadamente um terço do total do fundo, hoje em R$ 120 bilhões. Esse volume elevado de garantias fragiliza a proteção para eventuais crises futuras no sistema financeiro.

A decisão do BC também teve impacto direto em empresas e investidores. A Oncoclínicas, por exemplo, informou que foi afetada pela liquidação, com cerca de R$ 433 milhões aplicados em CDBs do Banco Master de Investimento, cujo vencimento foi antecipado integralmente. O caso reforça a importância de analisar o risco de crédito de emissores de renda fixa, mesmo com a proteção do FGC.

Apesar do impacto no setor bancário, os reflexos no mercado financeiro foram limitados. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia com recuo de 0,3%, influenciado principalmente pela queda das bolsas norte-americanas, que operaram em baixa por conta de incertezas sobre empresas do setor de inteligência artificial. As ações de bancos puxaram o índice para baixo, mas a maior parte da queda decorreu da influência externa. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,318, com queda de 0,26%, após oscilações durante a sessão.

O BC abriu uma investigação própria para apurar as causas da quebra e possíveis irregularidades, e o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal em Guarulhos. O caso do Banco Master entra para a história como um dos maiores resgates do FGC e reforça a fiscalização rigorosa do Banco Central sobre a solidez financeira das instituições bancárias, visando manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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