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Concessionária Motiva anuncia venda de operação no ramo aeroportuário

A Motiva, antiga CCR, anunciou a venda de seus negócios no setor aeroportuário para o grupo mexicano Aeropuerto de Cancún, subsidiária do Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR), pelo valor de R$ 11,5 bilhões. A transação engloba 100% das ações da CPC Holding, que reúne as participações da Motiva em 20 aeroportos — sendo 17 localizados no Brasil e três em outros países da América Latina — movimentando cerca de 45 milhões de passageiros por ano e operando mais de 200 rotas regulares. Entre os aeroportos transferidos destacam-se os de Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia.

Desse montante, R$ 5 bilhões correspondem ao patrimônio líquido da companhia, referentes às participações acionárias nos ativos aeroportuários, enquanto R$ 6,5 bilhões referem-se a dívidas líquidas concentradas na CPC Holding. A negociação, considerada a maior operação aeroportuária em andamento no mundo, atraiu mais de 20 grupos internacionais de diversos continentes, incluindo Europa, América Latina e Ásia.

A conclusão da venda está prevista para 2026, condicionada à aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), além dos órgãos de defesa da concorrência e autoridades internacionais quando aplicável. Até lá, a Motiva continuará operando normalmente os aeroportos, mantendo o quadro atual de colaboradores, o cumprimento dos contratos vigentes e os investimentos previstos.

Essa operação representa uma mudança estratégica da Motiva no âmbito do seu Plano Ambição 2035, cujo objetivo é simplificar seu portfólio para focar em segmentos prioritários, como rodovias e transporte ferroviário. Ao realizar essa venda, a empresa espera reduzir sua alavancagem consolidada de 3,5 para menos de 3 vezes, ampliando sua capacidade financeira para futuros investimentos em concessões rodoviárias e de trilhos no Brasil, para o qual já possui um pipeline estimado em R$ 160 bilhões.

Por sua vez, a entrada do Grupo Aeroportuario del Sureste no mercado brasileiro amplia sua presença na América Latina, agregando os aeroportos brasileiros ao seu portfólio que já inclui nove aeroportos no México e outros sete na região. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, essa aquisição é um voto de confiança no crescimento da aviação brasileira e deve impulsionar as relações comerciais e o turismo entre Brasil e México, com potencial para aumentar a conectividade aérea entre os dois países e os Estados Unidos.

Além dos impactos econômicos, essa transação injetará nova dinâmica e diversidade no setor aeroportuário nacional, ao incorporar um novo operador estrangeiro com sólida experiência internacional, contribuindo para o fortalecimento da infraestrutura aeroportuária no Brasil e região.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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