Pressionada pelo aumento das importações e pela queda nas exportações de petróleo, a balança comercial brasileira registrou em novembro o menor superávit para o mês em quatro anos. O saldo positivo foi de US$ 5,842 bilhões, uma redução de 13,4% em relação ao superávit de US$ 6,746 bilhões registrado em novembro de 2024. Esse resultado representa o pior desempenho da balança comercial para novembro desde 2021, quando houve déficit de US$ 1,11 bilhão.
Apesar da queda no superávit, as exportações alcançaram R$ 28,515 bilhões, marcando um aumento de 2,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior e um recorde para novembro desde o início da série histórica em 1989. As importações, por sua vez, atingiram o valor recorde de US$ 22,673 bilhões, alta de 7,4% no ano.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o superávit comercial foi de US$ 57,839 bilhões, 16,8% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior e o menor desde 2022. As exportações somaram US$ 317,821 bilhões, crescendo 1,8%, enquanto as importações totalizaram US$ 259,983 bilhões, com crescimento de 7,2%.
Setorialmente, o crescimento das exportações em novembro foi puxado pelo setor agropecuário, com alta de 25,8% devido ao aumento de volume e preço médio, especialmente na soja, milho e café. A indústria de transformação também cresceu 3,7%, impulsionada por produtos semiacabados de ferro e aço, aeronaves e componentes, e carne bovina. Já a indústria extrativa teve queda de 14%, principalmente pela redução nas exportações de minérios de cobre e petróleo bruto, este último com queda de US$ 963 milhões em relação a novembro de 2024, reflexo de paradas programadas de plataformas.
As importações refletem a recuperação econômica, com crescimento expressivo em produtos agropecuários como centeio e soja, e na indústria extrativa e de transformação, com destaque para combustíveis, máquinas e equipamentos eletrônicos.
Para 2025, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços projeta um superávit de US$ 60,9 bilhões, com exportações estimadas em US$ 344,9 bilhões e importações em US$ 284 bilhões. Essas estimativas foram revisadas recentemente e são mais conservadoras que as expectativas do mercado financeiro. No ano anterior, a balança comercial teve superávit recorde de quase US$ 99 bilhões.

