Presidente da entidade máxima do futebol brasileiro ficará longe do cargo por, no mínimo, 30 dias. Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, assume interinamente
Rogério Caboclo não ocupa mais a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na tarde deste domingo (6/6), o Conselho de Ética da entidade decidiu pelo afastamento do cartola por 30 dias, com possibilidade de prorrogação, para que ele possa se defender da denúncia de assédio moral e sexual feita por uma funcionária da CBF na última sexta-feira (4/6). A informação foi publicada, primeiramente, pelo GE.
O vice-presidente mais velho da CBF, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, assumirá a entidade durante o período de afastamento. Em dezembro de 2017, quando Marco Polo Del Nero foi suspenso de forma provisória pelo Comitê de Ética da Fifa por suspeita de corrupção, também coube ao dirigente ocupar a cadeira. Ele foi sucedido exatamente por Rogério Caboclo.
O afastamento de Caboclo era considerado “questão de tempo” nos bastidores da CBF. Isolado após a denúncia, o mandatário tentou mostrar sinais de resistência e recusou-se a pedir licenciamento do cargo. Na sexta-feira (4/6), antes da vitória da Seleção Brasileira diante do Equador, por 2 x 0, o cartola se indispôs com a comissão técnica e os jogadores devido a um discurso inflamado realizado no vestiário.
Segundo o jornalista André Rizek, do grupo Globo, Caboclo havia articulado, ainda, a troca de comando na Seleção Brasileira. Ele teria prometido ao governo federal a demissão de Tite na terça-feira, após a partida diante do Paraguai, pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo. O nome citado para assumir o comando técnico após a manobra seria o de Renato Gaúcho, desempregado desde a saída do Grêmio.
A denúncia
Uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) formalizou uma denúncia de assédio sexual e moral contra o presidente da entidade, Rogério Cardoso, nesta sexta-feira (4/6). A autora da denúncia relata ter sofrido constrangimentos em viagens e reuniões com o dirigente e na presença de outros diretores da entidade desde abril de 2020. A notícia foi publicada pelo GE.
A funcionária contou que Rogério Caboclo perguntou se ela se “masturbava” em um dos episódios de abuso. Em outro, ela diz que Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”. No documento protocolado na Diretoria de Governança e Conformidade da CBF e na Comissão de Ética, a funcionária diz ter provas dos abusos descritos e pede que o mandatário seja investigado e punido com o afastamento da entidade e pela Justiça Estadual.
A funcionária, que fez parte da equipe de cerimonialistas da CBF, descreveu que todos os abusos ocorreram quando Caboclo estava sob efeito de álcool. Ela relata pedidos do presidente da entidade para que ela escondesse bebidas em lugares previamente combinados. E afirma ainda que o mandatário expunha a vida pessoal dela a outros funcionários e espalhava mentiras sobre supostos relacionamentos que ela teria tido no âmbito da CBF.
Por Danilo Queiroz | https://www.correiobraziliense.com.br/