A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou uma reunião de planejamento, na tarde desta quarta-feira (1º), para iniciar a discussão do fluxo para atendimento de possíveis casos de Monkeypox, ou varíola do macaco, como ficou conhecida a doença. Representantes da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e do Complexo Hospitalar Dr. Clementino Fraga (CHCF) participaram da conversa na qual foi proposta a instituição de uma rede de atendimento para os casos da doença que venham a surgir no estado.
A secretária estadual de Saúde, Renata Nóbrega, destaca que a organização da rede para essa doença é necessária para garantir que a população tenha suporte qualificado, caso seja identificado algum caso na Paraíba. “Estamos definindo as unidades que serão referência para os possíveis casos e planejando a qualificação do serviço para oferecer um atendimento eficiente à população. Como a varíola humana foi erradicada, não existe vacina para a Monkeypox, mas sabemos que é uma doença menos agressiva que a varíola que conhecemos e a maioria dos casos é leve”, afirmou.
Segundo o infectologista e diretor do CHCF, Fernando Chagas, as medidas de prevenção são conhecidas da população que há dois anos convive com a pandemia da covid-19. “O uso de máscaras para os pacientes com qualquer sintoma vai reduzir a contaminação no ambiente e também a possibilidade de transmissão da doença, que se espalha por secreções respiratórias, lesões de pele e fluídos corporais”. Ele afirma que o tratamento será domiciliar para a maioria dos pacientes. “É necessário um isolamento por um período de 21 a 30 dias, dependendo dos sintomas, mas o histórico recente da doença se apresenta com casos leves que podem ser conduzidos em casa, monitorados pelos serviços de saúde”.
Até o dia 31 de maio de 2022, foram notificados casos da doença em 24 países, sendo o primeiro reportado no dia 7 de maio pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido. No Brasil, no mesmo período, foram reportados três casos suspeitos, sendo um no Rio Grande do Sul, um em Santa Catarina e um no Ceará.
A doença – A Monkeypox é uma zoonose viral (vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, porém com uma apresentação clínica de menor gravidade. Os sintomas incluem febre; dor de cabeça; dores musculares; dores nas costas; presença de nódulos palpáveis no pescoço, virilha e/ou axila; calafrios; exaustão e erupções cutâneas. As lesões geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais.
A transmissão entre humanos é moderada e ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. É possível ocorrer transmissão entre parceiros sexuais, devido ao contato íntimo. A transmissão via gotículas respiratórias exige contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas. Indivíduos imunocomprometidos estão especialmente em risco de adquirir a forma grave da doença.