Por Diácono Manoel Viana
Texto III
No texto anterior, falava de um Deus intimidador e controlador. Nesse texto, vou falar da segunda imagem, isto é, aquela que diz respeito a um Deus perfeccionista. Não podemos arrancar as imagens antigas, podemos olhá-las, analisá-las, dissolvê-las e substituí-las por imagens verdadeiras. Portanto, de onde surgiu essa imagem que vem desde os tempos bíblicos? Somente o deus Israelita é identificado como aquele que é perfeito.
“O psiquiatra Albert Gorres afirma: “o envenenamento de Deus (as várias imagens construídas ao longo do tempo), tem sua causa no fato de projetarmos sobre Deus características demasiado humanas como ciúme, sadismo, arbitrariedade, punição e poder. Moldamos Deus à nossa imagem”. Portanto, devemos libertar a imagem de um Deus perfeccionista, pois ela não corresponde a atuação de Deus na história humana.
Ao olharmos as afirmações das Instituições religiosas (todos os credos) acerca da presença desse Deus, não podemos encontrar a perfeição esperada ao seu respeito, pelo contrário, deparamo-nos com a discórdia e a raiva das pessoas que esperam uma ação de Deus sobre os fatos ocorridos em sua vida, família e mundo.
Como você explicaria o fato do teto de uma igreja cair em cima de todos os fieis, enquanto celebravam suas orações para esse Deus? E outros fatos ao longo da história de guerras, genocídios, abusos sexuais etc.
João Pessoa, 07 de março de 2024.