‘Estamos confiantes que sabemos construir a superinteligência artificial’, diz Sam Altman, do CHATGPT

“Agora nós estamos confiantes que sabemos como construir a inteligência artificial geral como foi definida desde o princípio”, escreveu o CEO da OpenAI, Sam Altman, em publicação no seu blog desta segunda-feira (6).

O robô HAL-9000, personagem do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço do diretor Stanley Kubrick, é uma inteligência artificial (IA) que se torna consciente de si mesma e… (sem spoiler).

A inteligência artificial (IA) avança a passos largos, e a OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, está prestes a anunciar o modelo o3, a mais recente evolução de suas tecnologias. Esse sistema não apenas supera benchmarks difíceis criados em 2020 para medir o progresso em IA geral, mas também promete redefinir os limites do que uma máquina pode alcançar. “Era um benchmark realmente difícil, e o modelo que vamos anunciar na próxima sexta-feira (10) atingiu esse patamar”, revelou Sam Altman, CEO da OpenAI, em entrevista à Bloomberg.

Curiosamente, a empresa decidiu pular a nomenclatura o2 para evitar conflitos de marca com uma provedora de telecomunicações britânica. Ainda assim, o o3 representa um marco significativo. Sem qualquer personalização, o modelo utiliza um esquema de divisão de tarefas em etapas e revisão de respostas por outras IAs para alcançar resultados impressionantes, como gabaritar provas de alto nível técnico, incluindo a de matemática do ITA.

Fundada em 2016 como uma organização sem fins lucrativos, a OpenAI se transformou ao longo dos anos, com planos de se tornar uma companhia com fins lucrativos em 2025. Essa mudança reflete a necessidade de atrair “uma quantidade insana de capital” para concretizar o ambicioso objetivo de alcançar a superinteligência, tecnologia que, segundo Altman, pode revolucionar a sociedade com descobertas científicas e inovações que transcendem as capacidades humanas.

Entretanto, cientistas como Geoffrey Hinton alertam que sistemas tão avançados podem gerar riscos catastróficos se não forem devidamente controlados. Para Altman, a chave está em compartilhar a tecnologia, permitindo que outras empresas e clientes ajudem a desenvolver diretrizes de segurança. Ele também acredita que lançar produtos ao público e aprender com seu uso é a melhor estratégia para lidar com os desafios complexos e imprevisíveis.

Apesar de seu potencial, a OpenAI ainda enfrenta desafios financeiros. Planos como o ChatGPT Pro, de US$ 200 por mês, não geraram lucro como esperado, e a empresa reportou prejuízos nos últimos anos. Contudo, o apoio financeiro robusto de investidores como a Microsoft e outros gigantes garante que a OpenAI continue na vanguarda da corrida tecnológica, investindo pesado em supercomputadores e infraestrutura de ponta.

Para Altman, essa visão de um futuro moldado por superinteligências ainda parece distante, quase como ficção científica. “Nos próximos anos, as pessoas entenderão a necessidade de lidar com essa tecnologia com o maior cuidado”, afirmou, reforçando o compromisso da empresa em balancear avanços tecnológicos com segurança e responsabilidade.

A busca pela superinteligência traz inevitavelmente à memória o enigmático HAL 9000, o computador de “2001: Uma Odisseia no Espaço”. No filme, HAL simboliza o potencial e o perigo de uma IA fora de controle, ecoando os debates atuais sobre a responsabilidade no desenvolvimento de tecnologias avançadas. Assim como os astronautas enfrentaram dilemas éticos e existenciais diante de HAL, nossa sociedade também deve considerar cuidadosamente os impactos dessa “odisseia” tecnológica para garantir que a inteligência artificial permaneça um aliado — e não uma ameaça à humanidade.