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HIV/Aids: Brasil vai insistir em acordo por PrEP de longa duração

# Brasil avança no combate à aids com novas tecnologias e medicamentos inovadores

O Brasil celebra importantes avanços no combate ao HIV e à aids, conforme destacado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Dia Mundial de Luta contra a Aids, realizado em 1º de dezembro. O país tem muito a celebrar com a redução significativa da mortalidade e a eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública, conquistas alcançadas graças ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Programa Nacional de Combate à aids.

A nação se apresenta como signatária da proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030. Com esse objetivo, o Brasil adotou as metas conhecidas como 95-95-95: diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV e/ou aids, tratar 95% das pessoas diagnosticadas e garantir que pelo menos 95% dessas pessoas em tratamento mantenham a carga viral suprimida, abaixo de 1.000 cópias/mL.

Dentro dessa agenda ambiciosa, o governo tem investido em inovações tecnológicas e na incorporação de novos medicamentos ao SUS. Um dos destaques recentes foi a aprovação do bictegravir 50 mg/entricitabina 200 mg/tenofovir alafenamida 25 mg, um esquema terapêutico revolucionário que reúne três substâncias em um único comprimido de dose diária. A incorporação foi oficializada pela Portaria nº 87, de 30 de outubro de 2025, com recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). As áreas técnicas do Ministério da Saúde terão até 180 dias para viabilizar a oferta do medicamento na rede pública, tornando-o disponível nos serviços de referência em HIV/Aids de todo o país.

O objetivo principal dessa combinação é simplificar o tratamento e aumentar a adesão dos pacientes, fator essencial para manter a carga viral indetectável e evitar a transmissão do vírus. O bictegravir/entricitabina/tenofovir alafenamida apresenta excelente perfil de tolerabilidade, baixa taxa de efeitos adversos e alta eficácia virológica, tornando-se uma alternativa moderna aos esquemas atualmente oferecidos pelo SUS e sendo reconhecido internacionalmente como uma das principais opções de primeira linha no tratamento da infecção pelo HIV.

Além dos avanços no tratamento, o Ministério da Saúde tem priorizado novas estratégias e tecnologias de prevenção. O ministro Padilha citou a demanda pela incorporação de medicamentos de longa duração no SUS, especificamente o lenacapavir, desenvolvido pela farmacêutica Gilead. Esse medicamento, aplicado a cada seis meses, é uma formulação injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV e inaugura um novo paradigma na prevenção da infecção, podendo substituir com muito mais eficácia a atual abordagem preventiva que inclui o uso oral diário de comprimidos e consultas regulares ao médico para renovação de receita. Estudos clínicos apontaram índices altíssimos de eficiência do lenacapavir na neutralização da infecção viral. Contudo, o medicamento ainda está pendente de registro sanitário no Brasil e não tem previsão de incorporação ao SUS.

Outras incorporações importantes também marcam o avanço da saúde pública brasileira no combate à aids. A Conitec aprovou, por unanimidade, a incorporação de ganciclovir e valganciclovir para o tratamento do citomegalovírus, uma infecção oportunista que pode afetar a saúde e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV ou aids. Essa medida representa uma importante estratégia para a melhoria na qualidade de vida dessa população.

Merece destaque também a incorporação do fostensavir trometamol 600 mg à lista de antirretrovirais disponíveis no SUS, uma alternativa para pessoas adultas que vivem com HIV ou aids, mas apresentam multirresistência aos demais medicamentos oferecidos pelo sistema público. O processo de aquisição desse antirretroviral foi iniciado imediatamente após a aprovação, reforçando o compromisso do governo com a eliminação da doença como problema de saúde pública.

O Brasil também tem histórico de inovação na simplificação de tratamentos. O país já incorporou medicamentos combinados como o 2 em 1, composto por tenofovir 300 mg e lamivudina 300 mg em um único comprimido, produzido nacionalmente e distribuído pela Farmanguinhos/Fiocruz, além do 3 em 1, que combina Tenofovir, Lamivudina e Efavirenz. Esses medicamentos melhoraram significativamente a adesão ao tratamento, beneficiando mais de 100 mil pacientes com HIV e Aids.

A incorporação de novas tecnologias reforça o compromisso do Ministério da Saúde com a ampliação do acesso a inovações seguras e eficazes, contribuindo para o alcance das metas de controle da epidemia de HIV no Brasil. Com essas ações, o país avança na consolidação de uma política pública robusta e inclusiva para o tratamento e prevenção do HIV e da aids, garantindo acesso universal e igualitário aos avanços científicos mais recentes.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)