O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou à disposição para atuar como interlocutor entre os Estados Unidos e a Venezuela, buscando soluções pacíficas e mutuamente aceitáveis para a região, que destacou como uma área de paz. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, neste domingo (26), após o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Durante a reunião, que durou cerca de 45 minutos, Lula reforçou que a América do Sul deve permanecer uma região de paz e que está disposto a facilitar o diálogo com a Venezuela, como já fez em ocasiões anteriores. A iniciativa ocorre em meio à crescente tensão na região, onde os Estados Unidos enviaram tropas terrestres e um porta-aviões para o Caribe, justificando tal movimentação como parte de uma campanha antidrogas para combater rotas de narcotráfico que abastecem o mercado americano. Já o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, interpreta o reforço militar como uma tentativa de desestabilizá-lo e tirá-lo do poder.
Além do tema Venezuela, o encontro entre Lula e Trump abordou questões comerciais, incluindo a taxação de até 50% de produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Lula reiterou a importância da boa relação histórica entre os países e pediu a suspensão das tarifas durante o período de negociação. Trump afirmou que dará instruções para iniciar um processo de negociação bilateral, com a expectativa de resolver as pendências em poucas semanas. Ambos os governos manifestaram interesse em realizar visitas recíprocas para estreitar o diálogo.
O encontro entre os dois líderes ocorreu paralelamente à 47ª cúpula da ASEAN, e reuniu ainda autoridades de ambos os países, incluindo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e membros do governo americano como o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário do Tesouro Scott Bessent. A conversa foi descrita como positiva, marcando uma aproximação renovada e a intenção clara de fortalecer a cooperação bilateral em diferentes frentes, incluindo comércio e segurança regional.

