MME: Israel está cometendo genocídio em Gaza, dizem duas grandes organizações israelenses de direitos humanos

Duas importantes organizações israelenses de direitos humanos, B’Tselem e Physicians for Human Rights-Israel (PHRI), denunciaram que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. Ambas publicaram, no dia 28 de julho de 2025, relatórios detalhados que acusam Israel de crimes genocidas e incitação ao genocídio.

O relatório da B’Tselem analisou políticas israelenses em Gaza e declarações de altos políticos e comandantes militares, concluindo que Israel está executando uma ação coordenada e intencional para destruir a sociedade palestina na região. A organização apresentou análises estatísticas, testemunhos pessoais e documentação de crimes e discursos de ódio. Para Yuli Novak, diretora-executiva da B’Tselem, a constatação de que fazem parte de uma sociedade cometendo genocídio é uma realidade dolorosa, mas inegável: “Israel está cometendo genocídio contra os palestinos”.

A PHRI concentrou sua análise na destruição sistemática da infraestrutura de saúde de Gaza, destacando ataques diretos a hospitais, bloqueio de ajuda médica e evacuação, além do assassinato e sequestro de profissionais da saúde. Segundo Guy Shalev, diretor-executivo da PHRI, trata-se de uma política deliberada para causar danos à população palestina como um grupo, configurando genocídio de acordo com convenções internacionais que Israel assinou.

Consequências humanitárias são devastadoras: cerca de 59.800 palestinos, principalmente mulheres e crianças, foram mortos desde outubro de 2023, com mais de 144.000 feridos. Infraestruturas críticas, como escolas, universidades e sistemas de água e saneamento, estão quase totalmente destruídas. O bloqueio israelense imposto à entrada de alimentos e ajuda humanitária provocou mortes por fome e coloca dezenas de milhares de bebês em risco iminente de vida.

Organizações internacionais de direitos humanos também chegaram à conclusão de que Israel comete genocídio. Desde 2024, entidades como Anistia Internacional e Human Rights Watch reconheceram a ocorrência de atos genocidas durante a guerra em Gaza. Francesca Albanese, especialista das Nações Unidas para a Palestina, publicou relatórios apontando para a existência do genocídio na região. Professores renomados em estudos do Holocausto e genocídio, como Omer Bartov, manifestaram confirmação da acusação contra Israel, com base em seu conhecimento acadêmico e experiência pessoal.

As duas ONGs israelenses criticaram duramente a comunidade internacional, acusando-a de cumplicidade por meio do apoio ativo ou da inação diante do conflito. Elas conclamam líderes globais a mobilizarem todos os instrumentos legais para interromper o que classificam como genocídio contra os palestinos.

Assim, o debate sobe de tom com evidências crescentes de que as ações militares e políticas israelenses em Gaza vão além do conflito convencional, configurando um crime grave contra a humanidade reconhecido internacionalmente sob as formas legais de genocídio.

As informações acima são do Portal ‘Middle East Eye’:

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