Parecem fatos isolados mas não são. A invasão ao Centro Administrativo e a consequente agressão (verbal) ao prefeito Cícero Lucena, na tarde desta quinta (22), faz parte de um plano maior, que precisamos entender.
O triunfo eleitoral de Cícero Lucena, no contexto em que se deu, com o apoio do Cidadania de João Azevedo, seguido por uma parceria exitosa entre estado e prefeitura que já traz resultados em obras e serviços para João Pessoa, abateu toda uma direita raivosa que se preparou para tomar de assalto a prefeitura municipal, com o falso discurso moralista e oportunista anticorrupção, como aconteceu no governo federal.
Com a derrota, os planos dos poderosos da capital, apoiados pela oligarquia bolsonarista campinense, que já havia desembarcado aqui de mala e cuia no segundo turno das eleições 2020, tiveram que mudar. A reação foi proporcional a queda, esse pessoal não sabe perder eleição. Tramam, conspiram e articulam para que o governo não chegue ao fim, dane-se o povo.
Eleições 2022
A motivação para os recentes acontecimentos não é outra senão a antecipação das eleições 2022. Esse é o pano de fundo que justifica a narrativa fantasiosa criada para a rescisão dos contratos de coleta de lixo da EMLUR (confirmada por unanimidade pelo TCE) e o terrorismo feito com a população que estava para tomar a vacina, de que poderiam perder a imunização adquirida, caso a 2° dose não fosse tomada até aquela data. De João, até doses de vacinas foram cobradas, quando se sabe largamente que o envio é responsabilidade do governo federal.
São fatos corriqueiros (a vacina já acabou várias vezes), mas que foram hiperdimensionados por um certo apresentador de TV, por grupos de whatsapp, telegram e muita, muita fakenews, para desestabilizar, criar fatos políticos, estado de pânico e acirrar os ânimos. É uma eleição prolongada.
A eles só interessa o caos. Seja a negativa de Bruno Cunha Lima em regular leitos para o Estado e torcer para o colapso da rede estadual de saúde. Seja não direcionar emendas para a construção do centro de convenções e reaquecer a economia, seja instigar a população diariamente contra as instituições públicas. Quanto pior, melhor!
Fantoches da oligarquia
Os fantoches da oligarquia, derrotados nas eleições municipais de 2020, estão desesperados para mostrar trabalho e ganhar uma vaga na chapa ou as bênçãos do rei e seu apoio. É daí a origem de toda a raiva destilada nas redes sociais e as sucessivas denúncias falsas, nunca comprovadas. É uma política rasteira, que se utiliza de verbas públicas parlamentares para bancar interesses pessoais, que se utiliza de espaços públicos (concessões públicas) para atacar e desestabilizar instituições e governos legitimamente eleitos, é o pior que a politica pode ser e fazer. Wallber Virgolino e Nilvan Ferreira, disputam a dentadas um naco de pão à mesa. Vislumbram como imbatível uma chapa apoiada por Bolsonaro e por Campina Grande, contra João Azevedo, e assim fazem de tudo para desestabilizar a gestão municipal e estadual.
O príncipe
Não sem razão, sua passagem pela capital nesta semana, marcou o acirramento dos ânimos contra os governos estadual e municipal. Os ataques vieram de todos os lados. Será de Pedro Cunha Lima a missão de conduzir o grupo nas eleições que se aproximam. O príncipe vem assumindo os negócios da família, tentando renovar os ares no ninho tucano, numa mistura de populismo de centro-direita com constitucionalismo português, que ao mesmo tempo defende a privatização da CAGEPA e a valorização do servidor público. Que chama Lula de ladrão, mas que vota com Bolsonaro por “falta de opções”, e não explica a participação dos familiares na operação Calvário, como seu primo Arthur Cunha Lima e seu aliado Romero Rodrigues, denunciado e réu por ter supostamente recebido 150 mil reais para sua campanha. É o moralista de ocasião e oportunidade.
Esse é o contexto em que estão inseridos os fatos que vivenciamos nas últimas semanas e dias, partem de uma trama que nos bastidores desestabiliza governos e instituições, enfraquece a democracia, sucateia a administração pública e brinca com a saúde e a vida das pessoas por estar acontecendo mesmo durante uma pandemia para bancar projetos pessoais e de eternização no poder.
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.