As recentes prisões dos mandantes por trás do cruel assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes trouxeram à tona duas revelações impactantes. A primeira, já conhecida desde 2019, e agora confirmada, revela que então deputado estadual fluminense Chiquinho Brazão, hoje deputado federal pelo partido União Brasil, e seu irmão Domingos Brazão, Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foram identificados como os mentores desse ato hediondo.
A segunda revelação é o envolvimento de Rivaldo Barbosa, à época chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, no planejamento do assassinato e na obstrução das investigações. Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, Barbosa meticulosamente arquitetou o crime e controlava sua execução, impondo condições específicas. Sua preocupação principal era garantir que as investigações permanecessem sob seu domínio.
Barbosa, anteriormente diretor da divisão de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi descrito como a figura central na coordenação e comunicação de todas as operações policiais, exercendo influência sobre as demais forças de segurança.
As motivações por trás desse ato bárbaro, segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, residem nos interesses dos Brazão em terrenos na zona oeste do Rio, onde a atuação de Marielle como parlamentar pelo Psol representava uma ameaça aos seus negócios. Além disso, relações prévias entre os Brazão e o delegado Barbosa foram destacadas, com denúncias indicando que Barbosa recebia suborno para interferir em investigações na Delegacia de Homicídios.
Para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a investigação do caso Marielle está encerrada, evidenciando que os Brazão e Barbosa conceberam, planejaram e executaram o assassinato da vereadora, além de trabalharem para obstruir as investigações. As revelações ainda apontam que Ronnie Lessa, o executor preso desde 2019, encontrou-se com os mandantes após o crime, recebendo a promessa de impunidade.
A investigação do caso Marielle foi manchada por falhas graves, incluindo a nomeação de Barbosa como chefe da Polícia Civil do Rio (pelo general Braga Netto durante a Intervenção) poucos dias antes do assassinato da vereadora, assim como a nomeação de Giniton Lages como titular da Delegacia de Homicídios, considerado próximo a Barbosa. Esses equívocos iniciais foram apontados por Moraes como facilitadores da impunidade dos autores do crime.
Entenda a motivação por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco
Após seis anos de uma busca incessante por justiça, os mandantes por trás do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco finalmente foram capturados. Entre eles estão o deputado federal fluminense Chiquinho Brazão (à época deputado estadual pela Alerj), do partido União Brasil, e seu irmão Domingos Brazão, apontados como os idealizadores do crime, juntamente com Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do ocorrido.
De acordo com a decisão proferida por Alexandre de Moraes, Barbosa meticulosamente planejou o assassinato e detinha total controle sobre sua execução, impondo condições específicas. Segundo a mesma decisão, a única exigência de Barbosa, então diretor da divisão de homicídios da Polícia Civil, era que a execução não poderia ser vinculada à Câmara de Vereadores, visando manter as investigações sob controle.
Marielle Franco se tornou um símbolo internacional após seu assassinato em 14 de março de 2018. Com os olhos do mundo voltados para o Rio de Janeiro, a pergunta que ecoa é: #QuemMandouMatarMarielle? E por quê?
Segundo as investigações, Marielle foi morta para favorecer os interesses políticos de Brazão, que almejava a aprovação de um projeto de lei de grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro. Os Brazão haviam infiltrado Laerte Silva de Lima no Psol em 2017 para monitorar Marielle, a quem tinham aversão. Lima e sua esposa se filiaram ao partido naquele ano, facilitando o acesso à vereadora.
Foi através deste infiltrado que os milicianos souberam que Marielle estava conscientizando a população sobre os perigos dos loteamentos ilegais em áreas controladas pela milícia. Na Câmara de Vereadores do Rio, Chiquinho Brazão, atualmente deputado federal pelo União Brasil, e na época vereador pelo Avante, tinha especial interesse no Projeto de Lei Complementar n.º 174/2016, que visava regularizar loteamentos em várias regiões da cidade.
O assassinato de Marielle e Anderson ocorreu no mesmo dia em que foi aprovada a redação final do PLC n.o 174/2016, em 14 de março de 2018. Coincidentemente, o veto ao projeto pelo prefeito Marcelo Crivella, do Republicanos, em 5 de abril de 2018, foi derrubado cerca de um mês depois, resultando na publicação da Lei Complementar 188/2018. Assim, os desejos políticos de Chiquinho Brazão foram realizados às custas de vidas inocentes.