O senador Major Olímpio (PSL-SP), morreu nesta quinta-feira (18/03) por consequências da covid-19. Ele teve morte cerebral e estava internado desde o início do mês no Hospital São Camilo, na Zona Oeste da capital paulista. A família esperará 12 horas para decidir sobre a doação de órgãos do parlamentar. Ele completaria 59 anos no domingo (20/03).
É o terceiro senador vítima da doença. O primeiro a morrer foi Arolde de Oliveira (PSD-RJ), em outubro de 2020, depois, foi José Maranhão (MDB-PB), em fevereiro. O Senado está consternado. E deve aumentar a pressão sobre o governo para o combate ao novo coronavírus. Dois senadores estão internados: Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Lasier Martins (Podemos-RS).
Olímpio estava intubado desde o último dia 6 e um assessor dele, também com covid-19, está com boa parte do pulmão comprometido. O senador foi eleito na onda da nova política, em 2018, na esteira do presidente da República, Jair Bolsonaro. Os dois, no entanto, se tornaram inimigos políticos.
O primeiro suplente do Major Olímpio é o empresário paulista Alexandre Luiz Giordano e, o segundo, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, o astronauta Marcos Pontes.
Vários parlamentes lamentaram a morte de Olímpio. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que deve receber alta hospitalar nesta sexta-feira (19) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, foi um deles. “Muito triste, momento muito duro para cada um de nós. Olímpio morreu lutando na linha de frente, do mesmo jeito guerreiro que sempre viveu. Que Deus console a família. E que o exemplo de coragem arraste. O Brasil está doente e precisa de cada um de nós”, escreveu Vieira nas redes sociais.
O ex-presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu se solidarizou com a família e amigos do parlamentar paulista. “Infelizmente, o senador é mais uma vítima da Covid-19. O Brasil e o Senado perdem um de seus mais combatentes políticos.”
O senador petista Jacques Wagner (BA), também lamentou, nas redes sociais, a “morte prematura” do senador paulista e citou que era um “líder combativo, com muita energia. “Tínhamos divergências, mas um grande respeito e boa convivência. Me solidarizo com seus familiares e reafirmo a urgência de termos vacinas para todos os brasileiros e brasileiras”, acrescentou.
Luto de 24 horas
A solenidade do Congresso Nacional com o presidente Jair Bolsonaro para a entrega da Medida Provisória do auxílio emergencial foi cancelada.
Em nota, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), lamentou a morte de Olímpio e decretou luto oficial de 24 horas. O democrata divulgou duas notas. A segunda, lamentando a perda do amigo.
Veja a íntegra da primeira nota de Pacheco:
A Presidência do Congresso Nacional lamenta profundamente o falecimento do senador paulista Major Olímpio, aos 59 anos, vítima de complicações causadas pela infecção por Covid-19. Em respeito à sua memória, o Senado Federal decreta luto oficial de 24 horas.
Policial Militar do Estado de São Paulo de carreira, Sérgio Olímpio Gomes dedicou-se à corporação por 29 anos. Na carreira política exerceu dois mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo (2007-2015) e um mandato de deputado federal (2015-2019). Foi eleito senador da República em 2019.
Major Olímpio foi o terceiro senador que perdeu a vida para o novo coronavírus. O senador paraibano José Maranhão faleceu em fevereiro, e Arolde de Oliveira, senador pelo Rio de Janeiro, morreu em outubro do ano passado.
As sinceras condolências do Parlamento Brasileiro à família, amigos e a todos os paulistas.
Rodrigo Pacheco
Presidente Congresso Nacional
Veja íntegra da segunda nota de Pacheco
Lamento a notícia devastadora sobre o falecimento, nesta tarde (18/03), do senador Major Olímpio, mais uma vítima da Covid-19. Conheci Olímpio na Câmara dos Deputados, quando exercemos mandatos de deputados federais na legislatura passada. Entramos juntos no Senado Federal em 2019, ele de São Paulo e eu de Minas. Brincávamos nos corredores da Casa sobre a política do café-com-leite, momento da história do nosso país vivido em nossos estados. Pensávamos diferente em diversas situações, mas gostávamos e respeitávamos um ao outro.
No dia de hoje perdemos todos. Perdemos um companheiro de trabalho, perdemos um trabalhador, perdemos um amigo. Perdemos mais um brasileiro.
Rodrigo Pacheco
Presidente Congresso Nacional
Por Correio Braziliense | Vicente Nunes