Anna Satie, da CNN em São Paulo
A eficácia global da Coronavac é de 50,38%, anunciou o governo paulista nesta terça-feira (12).
O número mínimo para aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é de 50%.
Na última quinta-feira (7) foi divulgado que o imunizante atingiu índice de eficácia de 100% para casos graves e moderados e de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial.
No entanto, esse número era um recorte segmentado por casos e não é igual ao da eficácia global do imunizante, ou seja, a capacidade da vacina de proteger em todos os casos, sejam leves, graves ou moderados.
e acordo com Marco Aurélio Safadi, presidente do departamento de infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), esses dados são semelhantes a de vacinas já em uso, como a de rotavírus e coqueluche, e acima da vacina contra a gripe.
Safadi disse que, nesse primeiro momento, a prioridade da aplicação da vacina não é impactar na transmissão, mas na “prevenção de formas graves” da doença.
Um slide apresentado durante a entrevista coletiva mostra a eficácia do imunizante em prevenir as diferentes intensidades da infecção, de muito leve, em que nenhuma assistência é necessária, a grave, em que o paciente precisa ser hospitalizado ou internado em UTI.
Como anunciado na semana passada, nenhum participante desenvolveu a forma grave da doença durante os testes clínicos.
Os especialistas disseram que só a aplicação geral na população irá dizer se essa vacina precisará ser reaplicada de tempos em tempos. No entanto, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn ressaltou que o governo paulista trabalha na ampliação da capacidade de produção para “continuar a vacinar os brasileiros nos próximos anos, assim como são feitos para outros vírus respiratórios”.
O Instituto Butantan deu entrada, na última sexta-feira (8), no pedido de uso emergencial da vacina junto à Anvisa. No entanto, a agência considerou que os dados enviados eram insuficientes.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cobrou agilidade no processo. “Estamos observando de novo um aumento preocupante da pandemia. Por isso, precisamos urgente começar essa vacinação. A vacina está disponível, por que não usá-la?”, questionou.
“Essa vacina está esperando para ser usada num país em que, no momento, morrem em torno de mil pessoas por dia. Essa é uma vacina que teria grande impacto. Esperamos que nossas autoridades, especialmente as agências regulatórias, entendam o momento e nos ajudem”.
De acordo com a atualização mais recente do painel do órgão, 37,6% dos quesitos ainda precisam de complementação e 5,4% ainda não foram apresentados.
A expectativa do estado de São Paulo é que 9 milhões de pessoas sejam imunizadas na primeira etapa, com a aplicação de 18 milhões de doses, até o dia 28 de março.