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Descoberto por historiador, Insley Pacheco ganha livro

Por volta de 1855, no Rio de Janeiro imperial, o jovem fotógrafo português Joaquim José Insley Pacheco estabeleceu-se na Rua do Ouvidor, onde inaugurou seu estúdio e fundou uma forma inovadora de retratar o Brasil. Sua trajetória, marcada pela introdução de importantes avanços técnicos e um olhar cosmopolita, está agora em destaque no livro “O Espelho de Papel – A fotografia de Joaquim Insley Pacheco na coleção do IHGB”, que reúne mais de 400 imagens de sua autoria cuidadosamente preservadas pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Oriundo de Portugal e órfão desde a infância, Insley Pacheco migrou para o Brasil após passar por cidades como Fortaleza, São Luís e Recife, absorvendo influências que moldariam sua arte. Entre 1849 e 1851, foi aprendiz em Nova York sob a tutela de Mathew Brady, renomado fotógrafo da Guerra Civil Americana, onde assimilou a importância do retrato como representação de poder e prestígio. Ao retornar, adotou o nome profissional Joaquim Insley Pacheco, simbolizando seu alinhamento aos mestres internacionais, e abriu seu estúdio no coração elegante do Rio de Janeiro.

Sua habilidade inovadora foi fundamental para introduzir no Brasil a técnica da carte de visite — pequenos retratos em cartões — além de fotografias sobre materiais como porcelana, vidro e marfim. Reconhecido pela precisão técnica e pela inventividade na composição de poses e gestos, Insley transformou o retrato em uma expressão de arte e status social, atraindo figuras da elite, políticos, artistas e membros da família imperial.

Em 1857, recebeu o título de fotógrafo oficial da Casa Imperial, trabalho pelo qual expôs o espírito do Império através da lente, refletindo a elegância e a autoridade da época. D. Pedro II, entusiasta das artes e da ciência, reconhecia nele um artista que conseguia traduzir visualmente o tempo histórico. A influência de Joaquim Insley Pacheco ultrapassava a fotografia: era também pintor e aquarelista, amigo de grandes artistas brasileiros, e sua produção permeia o limiar entre documento histórico e invenção artística.

Mesmo diante de perdas pessoais como a morte da esposa em 1877 e do filho em 1895, Insley Pacheco manteve sua produção artística ativa até pouco antes de falecer em 1912. Seu legado — um espelho social capturado em luz e papel — permanece fundamental para a história da fotografia no Brasil, revelando não apenas imagens, mas narrativas visuais da elite e da cultura imperial brasileira. A obra preservada no IHGB e agora reeditada em “O Espelho de Papel” destaca a importância desse pioneiro que soube, com inovação e sensibilidade, eternizar a memória de uma época.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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