Jatos supersônicos nucleares fazem manobras próximas ao Reino Unido enquanto Rússia posiciona submarinos e navios nucleares no Mar Báltico

Por El país & The Sun | Tradução livre: Pedro Galhardo

Nesta quarta-feira, foram avistados dois jatos supersônicos nucleares de bandeira russa sobrevoando os céus próximos ao Reino Unido. Esses registros ocorreram poucas horas após o presidente russo, Vladimir Putin, posicionar uma aeronave estratégica sobre o Mar de Bering, próximo ao espaço aéreo americano.

De acordo com o jornal The Sun, essa aeronave é um Tu-160 White Swan, um bombardeiro estratégico multimissão que pode operar a velocidades acima de Mach 1 (cerca de 1.234 km/h) e em baixas altitudes. Essas medidas são consideradas um alerta para o Ocidente, já que a Rússia se prepara para comemorar um ano da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.

Além disso, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou na terça-feira que dois aviões patrulharam o mar da Noruega e de Barents em uma missão de 13 horas, incluindo abastecimento em voo. O Tu-160 é um bombardeiro estratégico russo supersônico da era soviética que possui dois compartimentos de armas que podem acomodar diferentes cargas específicas de missão, incluindo mísseis estratégicos de cruzeiro, mísseis guiados de curto alcance, bombas nucleares, convencionais e minas, segundo o site especializado Nuclear Forces Guide.

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Navios e submarinos nucleares no Mar Báltico

O jornal espanhol El País, destaca que à medida que aumenta o desgaste do exército com a Invasão da Ucrânia, prestes a completar um ano, aumenta também o risco de uma escalada nuclear na região.

“As forças convencionais da Rússia foram significativamente enfraquecidas por sua ofensiva na Ucrânia, e grande parte do que resta está envolvido na guerra. Entre outros problemas, [a Rússia] gastou três quartos de seus mísseis modernos terrestres na Ucrânia”, apontam os serviços de inteligência de Oslo, que também observam uma tendência de queda nas patrulhas de bombardeiros estratégicos russos nas proximidades da Noruega devido ao seu uso contra Kiev.

No entanto, tudo isso não torna Moscou menos perigosa. “A Rússia tem grandes reservas de equipamento militar, especialmente dos mais antigos (…), suas capacidades nucleares são as mesmas que antes da guerra, e as forças aéreas e navais permanecem essencialmente intactas”, afirma a espionagem norueguesa.

O mesmo documento da inteligência da Noruega, afirma o El país, revelou que Moscou começou a posicionar navios táticos nucleares no Mar Báltico, no norte da Europa, ontem, enquanto a Otan debatia maneiras de acelerar o envio de armas e munições para Kiev. Essa é a primeira vez que tal movimentação é realizada em três décadas.

“A parte principal do potencial nuclear está nos submarinos e navios de superfície da Frota do Norte”, alertou o relatório anual do Serviço de Inteligência Noruguês, destacando que o risco de uma escalada nuclear aumentou devido à possibilidade de desentendimentos entre Moscou e a Aliança Atlântica. De acordo com o informe, a movimentação de embarcações táticas era frequente durante a Guerra Fria, mas não havia ocorrido depois disso.

Além disso, Moscou está posicionando aviões e helicópteros próximo à fronteira da Ucrânia, o que pode indicar que os russos pretendem iniciam operações aéreas em larga escala. Em resposta, os aliados vêm tentando fortalecer e agilizar o envio de equipamentos de defesa aérea ao exército ucraniano.

Até uma semana atrás, a frota russa navegava em um mar livre de navios da OTAN. Os navios americanos e europeus deixaram suas águas antes da invasão lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mas voltaram. No início deste mês, um destróier da Sexta Frota americana cruzou o limiar do Bósforo pela primeira vez desde que Putin iniciou a guerra.

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Sobre o tradutor: Pedro Galhardo é Bacharel em Direito, jornalista e tecnólogo em Comércio Exterior; pós-graduado em Diplomacia e Relações Internacionais, é também professor de inglês. Traduz textos jornalísticos de relevância desde, pelo menos, 2017. Seus hobbies incluem, mas não se limitam, ao estudo de história, geografia, economia e mercados, música, iatismo, aviação e outras línguas estrangeiras, como o francês e o espanhol.