OPINIÃO | Campina Grande não é uma capitania hereditária, nem Bruno é capitão-mor, como o sobrenome faz crer.

Precisamos falar sobre corrupção moral. Paraibanos morrem enquanto Bruno Cunha Lima nega leitos.

A corrupção é sobretudo a decomposição de algo, sua putrefação. Acostumados que estamos aos desvios de recursos públicos em todas as esferas do poder, esquecemos que para além da corrupção política, a corrupção moral é ainda mais grave, pois justifica para quem a pratica, todos os seus atos.

É assim que está a situação da saúde pública no município de Campina Grande: em permanente estado de corrupção moral, enquanto o prefeito Bruno Cunha Lima negar a regulação de leitos para receber cidadãos paraibanos de outras regiões nos hospitais municipais, numa verdadeira condenação a morte para essas pessoas que pedem apenas uma chance para tentar resistir ao coronavírus e sobreviver.

Não existe explicação razoavelmente aceitável para os leitos municipais estarem desocupados enquanto mais de 40 paraibanos morrem diariamente pela COVID 19.

A mera organização administrativa em macrorregiões de saúde, não afasta a responsabilidade que todos os entes da federação compartilham no combate a pandemia. Não torna as vagas e leitos dos hospitais municipais de Campina Grande “exclusivos” para munícipes. A regra é a cooperação. O Sistema Público de Saúde é universal, isto é, o direito à saúde sem distinções, restrições e a qualquer custo.

Campina Grande não é uma capitania hereditária, nem Bruno é capitão-mor, como o sobrenome faz crer.

Bruno Cunha Lima e aliados, vão precisar explicar nas urnas sua conduta na condução da pandemia, que vem desde a hidroxicloroquina, liberada por Romero, até a criminosa recusa de leitos . Pelo certo, já deveriam estar explicando na justiça.

A fila de espera por um leito de UTI chegava a 60 pacientes na região metropolitana do Estado neste sábado (20), no sertão já eram 6 aguardando em UPAS e hospitais por uma vaga. Em Campina Grande, o Hospital de Clínicas, do governo do Estado, recebe a maior demanda e está permanentemente lotado, enquanto o hospital Pedro I, administrado pelo prefeitura, ostenta vagas desocupadas.

A necropolítica do prefeito, que tem copiado e apoiado o capitão em suas piores práticas, é uma estratégia eleitoral que está custando a vida de pessoas inocentes vitimadas pela COVID 19, quando coloca a gestão da pandemia como moeda de troca, fazendo concessões, barganhas e acordos políticos. Para o prefeito e seus aliados é fundamental o colapso da saúde no Estado para derrotar João Azevedo em 2022, não importa quantas vidas isso custe.

É disso que estamos falando, da corrupção moral. De quando princípios e valores são corrompidos para se atingir um objetivo pessoal. Da negligência e da falta ética, que para além das vidas perdidas, só enxergam a próxima eleição, e a próxima e a próxima.

Toda vida é importante. Toda vida importa.

Por J. Laurentino

Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.