IA: conheça novo sistema inovador transforma pensamentos em texto

Nova tecnologia de inteligência artificial desenvolvida pela Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, promete ajudar pessoas conscientes, mas incapazes de falar, como as que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC). O sistema é chamado de decodificador semântico e é capaz de capturar imagens da atividade cerebral de uma pessoa e traduzi-las em um fluxo contínuo de texto, sem a necessidade de implantar nada no cérebro.

O sistema utiliza a análise de ressonância magnética funcional (fMRI), que mede o fluxo de sangue para diferentes regiões do cérebro, para prever como o cérebro de uma pessoa responderá à linguagem natural. Para “treinar” o decodificador semântico, os pesquisadores gravaram as respostas cerebrais de três pessoas enquanto ouviam 16 horas de histórias faladas. Os voluntários assistiram também a quatro vídeos curtos e silenciosos enquanto seus cérebros eram escaneados usando fMRI.

O resultado dos testes sugere que o novo decodificador está capturando não apenas palavras, mas também significado. O sistema não recria o estímulo palavra por palavra, mas capta a essência do que está sendo dito. Embora não seja perfeito, em cerca de metade do tempo, produziu um texto que correspondia de perto – às vezes com precisão – ao original.

A grande vantagem desta tecnologia é que ela não é invasiva, ao contrário de outras tecnologias de “leitura da mente”. A nova tecnologia de inteligência artificial pode ajudar pessoas conscientes, mas incapazes de falar, como as que sofreram um AVC, a se comunicarem com outras pessoas. Isso pode melhorar significativamente a qualidade de vida dessas pessoas, que muitas vezes são isoladas da sociedade por não poderem se comunicar.

O estudo, publicado recentemente na revista Nature Neuroscience, é um importante avanço no campo da tecnologia assistiva. Ainda há muito trabalho a ser feito antes que essa tecnologia esteja pronta para uso clínico, mas os resultados iniciais são promissores e podem representar um grande avanço na melhoria da qualidade de vida de pessoas que sofrem de problemas de comunicação devido a lesões cerebrais.

O Dr. Peter Turkeltaub, um dos autores do estudo, disse que o objetivo final é tornar a tecnologia mais acessível. Ele disse: “Nós gostaríamos de criar uma plataforma que outras pessoas possam usar para criar suas próprias soluções de comunicação, não só para pessoas com derrames, mas também para pessoas com lesões cerebrais traumáticas, doenças neurológicas degenerativas, e outros tipos de condições que afetam a fala e a comunicação”.

A tecnologia também tem potencial para outras aplicações, como aprimorar a compreensão da linguagem natural pelos computadores e até mesmo permitir que os seres humanos se comuniquem diretamente com as máquinas usando apenas seus pensamentos.

No entanto, como a tecnologia ainda está em estágios iniciais, é importante continuar o estudo e desenvolvimento da mesma para garantir sua precisão e eficácia. A equipe da Universidade do Texas em Austin espera que, com mais pesquisa e avanços tecnológicos, a tecnologia possa ser aprimorada e um dia se tornar uma ferramenta valiosa para ajudar as pessoas a se comunicarem melhor e mais efetivamente.