OPINIÃO | Bolsonaro joga a toalha: ‘Brasil está quebrado, eu não consigo fazer nada’.

O presidente fez a declaração a apoiadores que estavam na parte externa do Palácio da Alvorada nesta terça-feira (05). Bolsonaro ainda disse que a pandemia de Covid-19 foi “potencializada pela mídia”.

A declaração é praticamente um pedido de socorro. Bolsonaro não tem a menor ideia do que seja governar, muito menos um país complexo como o Brasil e durante uma pandemia, restou jogar a toalha.

Achou que era sentar na cadeira e disparar ordens e assinar decretos. A realidade chocou o ex-capitão quando se viu exigido a fazer corpo a corpo com parlamentares, empresários e a sociedade civil organizada. Não tem habilidade nem competência para tanto. Delegou.

No início, tentou manipular a população contra os poderes. Participou de manifestações, atiçou as forças armadas, atacou a imprensa, seu alvo preferido. Nunca havia imaginado que caberia ao presidente liderar o país, servir de inspiração e modelo, governar para todos e que cada atitude e frase saída da sua boca seria contestada e verificada.

Assustado, recorreu as pautas temáticas para agradar seus eleitores, como nos tempos velhos tempos de Deputado. Liberou armas e munições, propalou jargões misóginos e homofóbicos, a plateia foi ao delírio.

No seu governo, os que não são incompetentes, são amadores.

Nada poderia dar certo. O leve suspiro de “conciliação popular” veio com o auxílio emergencial, imaginado e defendido por ele próprio para ser de R$ 200,00. Contrariado pelo Congresso Nacional que aprovou R$ 600,00, mudou o discurso, como de costume. O auxílio acabou sem substituto, enquanto o mundo injeta dinheiro nas suas economias.

Agora, voltando das férias no litoral, onde curtiu a praia e provocou aglomeração e sem nada para apresentar de resultados no governo que segue sem vacina, sem seringa, sem plano ou cronograma de vacinação, joga a culpa na “mídia”.

A pandemia continua sendo uma “gripezinha” criada pela TV Globo, mesmo com 196 mil mortos e mais de 7 milhões de infectados, o néscio continua negando compulsivamente a realidade. Não tem capacidade de liderança. Não assume responsabilidades. Se esquiva e se omite. É um covarde.

A fiche caiu. Bolsonaro se deparou com a metade final do seu mandato, conquistado na sorte e frenesi de um país dividido pós-impeachment, que herdou o golpista e corrupto Michel Temer como resultado desse aborto político.

Sem plano de governo e com propostas do quilate de “mamadeira de piroca” e “kit gay”, nunca teve um plano ou projeto. Se encantou com o poder até a realidade se impor e ser imposta a ele.

Achou tudo chato.

Foi eleito pelas elites, que bancaram os disparos em massa nas redes sociais e aplicativos, para ser o fantoche delas. Não teve competência nem para isso. Criou crises, gerou prejuízos na bolsa de valores, não avançou nas reformas estruturais, defendeu corruptos, colocou água no chopp do acordo mercosul-união europeia com as queimadas na Amazônia e no pantanal desenfreadas pelo sucateamento do IBAMA e do ICMBio.

No apagar das luzes, se apega ao famoso “Centrão”, distribuindo cargos e emendas numa tentativa desesperada de não sofrer um impeachment. Sabe que o coração de todo parlamentar está no bolso, afinal passou 30 anos lá.

No início do governo achava que Bolsonaro iria renunciar ou sofrer um impeachment. Mas a realidade é pior. Será apenas um peso de papel na presidência até 2022, porque nada para nada, é nada, como dizia meu falecido pai. Esse é Bolsonaro. O resultado é nada.

Por J. Laurentino