Superfungo: Pernambuco confirma quarto caso

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco confirmou mais um caso do superfungo Candida auris nesta segunda-feira (29). Isso eleva para quatro o número total de pacientes infectados este ano. O paciente é um homem de 63 anos que está atualmente internado no Hospital Miguel Arraes (HMA) em Paulista, Região Metropolitana do Recife.

De acordo com a SES, o paciente foi inicialmente admitido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HMA devido a problemas ortopédicos. Após o caso ser relatado, o paciente foi imediatamente isolado.

No início deste mês, a unidade de saúde suspendeu novas admissões após a confirmação do primeiro caso de Candida auris deste ano em 11 de maio.

Na segunda-feira, a SES também atualizou o estado de saúde dos outros três pacientes diagnosticados com o superfungo:

  • Um idoso de 66 anos, que foi internado no Hospital Português particular, em Paissandu, no centro do Recife, em 23 de maio, apresentou boa evolução e recebeu alta.
  • Um homem de 48 anos, diagnosticado em 11 de maio no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, continua internado na unidade em condição estável, sem repercussões clínicas causadas pelo fungo.
  • Um idoso de 77 anos, que recebeu o diagnóstico em 14 de maio no Hospital Tricentenário, em Olinda, continua internado na unidade sem repercussões clínicas causadas pelo fungo.

Devido à movimentação do paciente inicial por várias áreas do Hospital Miguel Arraes, toda a unidade de saúde foi fechada para novas admissões e está recebendo apenas casos de urgência.

O que é Candida auris?

A Candida auris é um fungo identificado pela primeira vez no Japão em 2009. Desde então, espalhou-se por todos os continentes, chegando ao Brasil em 2020. É caracterizado pela comunidade científica como um fungo mais resistente a medicamentos do que outros.

Entre 2021 e 2022, o surto de Candida auris em Recife foi o maior já registrado no país, com 48 notificações.

Geralmente, não há manifestações clínicas da presença do superfungo em pacientes “colonizados” (aqueles que possuem o fungo no corpo, mas não foram infectados). Nessa fase, não há sintomas. No entanto, uma lesão, ferida na pele ou o uso de um cateter no hospital pode permitir que o fungo entre no corpo, atinja a corrente sanguínea e cause uma infecção. Em casos graves, pode afetar órgãos como o coração e o cérebro. Em situações mais graves, pode levar à sepse, uma infecção generalizada que pode ser fatal.

Como se prevenir?

As medidas preventivas incluem:

  • Higiene das mãos
  • Uso adequado de materiais de proteção
  • Limpeza da área onde os pacientes infectados estão localizados

Por que Candida auris é conhecido como superfungo?

Em 2019, a comunidade científica caracterizou a Candida auris como um fungo mais resistente a medicamentos em comparação aos demais.

Estudos indicam que em até 90% dos casos, Candida auris é resistente ao fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, que são medicamentos comumente utilizados no tratamento de infecções fúngicas.

Como o fungo age no corpo?

Geralmente, não há manifestações clínicas da presença do superfungo e os pacientes que estão “colonizados” por ele são assintomáticos, conforme afirmou José Lancart de Lima, Diretor Geral de Informações Epidemiológicas da SES. A transmissão ocorre por meio do contato direto com objetos ou pessoas infectadas.

Candida auris também pode infectar a corrente sanguínea, resultando em casos agressivos e muitas vezes fatais. Pacientes com comorbidades, imunossuprimidos ou com condições cardíacas possuem maior risco de apresentar piora em seu estado clínico quando infectados pelo superfungo.

As autoridades de saúde estão instando o público a tomar as precauções necessárias para evitar a propagação de Candida auris. Essas medidas incluem a prática adequada de higiene das mãos, o uso adequado de equipamentos de proteção pessoal e a garantia da limpeza das áreas onde os pacientes infectados estão localizados.