“Estrela de Natal” acontece nesta segunda após 800 anos

 Giovane Almeida | Ciencianautas

Chamado de “Estrela de Natal” em razão do dia em que o fenômeno vai acontecer, o evento ocorreu pela última vez há oito séculos.

Pela primeira vez em 800 anos, podemos observar do Brasil e de praticamente toda a Terra uma conjunção planetária rara nesta segunda-feira (21). Em razão do dia em que o fenômeno vai acontecer, ele está sendo chamado de “Estrela de Natal”.

Conforme Felipe Braga Ribas, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutor em Astronomia e Astrofísica, essa conjunção planetária trata-se de uma aproximação aparente entre os dois maiores planetas do Sistema Solar, Júpiter e Saturno.

“Estas conjunções são extraordinárias por sua raridade e beleza. Como os dois planetas podem ser facilmente vistos a olho nu, na data da maior aproximação, veremos dois astros brilhantes muito próximos, ao ponto de termos de olhar com cuidado para notarmos que são dois objetos”, disse Ribas em entrevista ao Gizmodo Brasil. Os dois planetas só estiveram tão perto nos anos 1623 e 1226 — ou seja, séculos atrás.

(Créditos da imagem: Celestia/NASA).

Devido ao movimento das órbitas dos planetas ao redor do Sol, incluindo a do nosso planeta, às vezes eles podem coincidir de parecerem muito próximos no céu terrestre (assim como na imagem acima). Quando isto acontece, chamamos o fenômeno de conjunção planetária.

Júpiter leva quase 12 anos terrestres para dar uma volta ao redor do Sol, enquanto que para Saturno esse intervalo sobe para 29 anos terrestres. A conjunção corresponde ao momento em que esses diferentes períodos encontram um fator comum e a posição dos planetas ficam alinhadas, conforme mostra a imagem abaixo.

Como observar o fenômeno?

Para observar a conjunção, basta olhar para a direção oeste logo após ao pôr-do-Sol.

De acordo com Rodolfo Langhi, professor assistente do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Bauru), Júpiter e Saturno “são os dois pontos mais brilhantes do céu após o pôr-do-Sol no lado oeste. Júpiter tem um brilho branco, mais forte, enquanto Saturno é mais alaranjado e menos brilhante”.

Para encontrá-los, o observador deve esticar o seu braço na direção oeste (pôr do Sol), fazendo um sinal de “hang loose” (dedo mindinho e dedão esticados, com os outros dedos fechados). Colocando o mindinho no horizonte e o dedão para cima, verá ao menos um astro brilhante próximo ao dedão. Pronto, encontrou Júpiter e Saturno.,

Não é necessário nenhum equipamento para observar, mas com a ajuda de um telescópio ou binóculos você poderá ver os anéis de Saturno e alguns satélites naturais de Júpiter. E por mais simples que possa parecer, este evento é o momento ideal para parar um pouco e observar a imensidão do Universo!

Conforme explicam Ribas e Langhi, o fenômeno se repete, em média, a cada 20 anos. Porém, não é sempre que os planetas se aproximam tanto quanto deve acontecer no próximo dia 21. Só poderemos ver Júpiter e Saturno assim tão perto um do outro (de novo: apenas visualmente; a distância entre eles ainda é gigantesca) em 15 de março de 2080.

Com informações do Gizmodo Brasil.