É triste o caminho que alguns políticos escolhem trilhar.
O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, escolheu negar os números da pandemia, que encarar a realidade dos fatos, assim como seu aliado Jair Bolsonaro, a quem Bruno se alinhou em troca do apoio que Romero receberá como candidato do presidente nas eleições para o Governo do Estado em 2022.
É em troca deste suposto apoio, que o prefeito precisa fazer acrobacias linguísticas para justificar sua resistência em proteger os campinenses da pior fase da COVID no Estado.
“A bandeira de Campina continua sendo VIDA e EMPREGO”, disse o prefeito nas redes sociais, na maior demonstração do seu alinhamento ao Bolsonarismo.
Segundo o prefeito, a bandeira laranja, com a qual o Governo do Estado classificou Campina Grande, ampliando a proteção da cidade, na última atualização do Plano “Novo Normal” não é correta, pois o município não estaria com a mesma taxa de ocupação de leitos que João Pessoa, por exemplo.
Bruno prefere a bandeira amarela, mesmo com o Estado batendo recordes diários de mortes e internações. Esta classificação permitiria maior liberalidade do comércio e de circulação de pessoas.
Se esquece o prefeito que é “melhor prevenir que remediar”, como nos ensina a sabedoria popular. Caberia também “com a vida não se brinca”. Campina Grande não está AGORA, com os números iguais aos de João Pessoa, mas se seguir com bares e restaurantes abertos em horários dilatados, aglomerações, comércio a todo vapor e tudo mais, em uma semana estará igual ou pior.
Não é hora de questionar números. A hora é de prevenção e de evitar que o cidadão seja infectado e entre na “roleta russa” para tentar a sorte contra a doença.
Já havia escrito sobre o risco da conveniência política com que Romero e Bruno receberam Jair Bolsonaro, todos sem máscara, em Campina Grande.
Naquele artigo, já demonstrava minha preocupação sobre os acenos que Bruno faria e as obrigações que deixaria de cumprir para agradar politicamente Bolsonaro, como no caso da aquisição das vacinas, que até agora não manifestou nenhum interesse ou esforço para acelerar a vacinação no município, ao contrário de João Pessoa e do Governo do Estado que já estão participando de consórcios tão logo o STF autorizou a compra direta.
A resistência de Bruno pela nova classificação só demonstra seu “fechamento” com o “mito” e que fará tudo quanto for possível para agradar Bolsonaro e manter seu apoio para 2022, mesmo que isso custe a vida dos campinenses.
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.