A Polícia Federal (PF) encontrou um vídeo comprometedor em uma reunião de julho de 2022, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro discutiu estratégias em caso de derrota eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva. O material foi descoberto em um computador apreendido na residência do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ajudância de ordem de Bolsonaro, durante uma operação anterior da PF.
Nessa reunião, que ocorreu antes das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro questionou a lisura das urnas eletrônicas e sugeriu medidas extremas caso Lula vencesse, incluindo o uso do exército. A presença de vários ministros, como Anderson Torres, Augusto Heleno e Braga Netto, foi destacada na gravação.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, descreveu a reunião como reveladora de um “arranjo de dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo”. Bolsonaro também pressionou os ministros a adotarem uma postura agressiva contra a Justiça Eleitoral para manter a narrativa de fraude eleitoral entre os apoiadores.
Além disso, o presidente fez acusações infundadas contra Lula durante o encontro, sugerindo envolvimento com narcotráfico e a execução de Celso Daniel. Ele também questionou a legitimidade das urnas eletrônicas, insinuando que os resultados das pesquisas estavam manipulados pelos computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).