Juíza que criticou STF e estimulou aglomeração é afastada pelo CNJ por não ir trabalhar

Por unanimidade, o Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira (14) pelo afastamento cautelar (preventivo com efeito imediato) das funções da magistrada Ludmila Lins Grilo e pela abertura de dois Processos Administrativos Disciplinares (PAD).

Como razões são apontados os indícios de negligência na gestão de Vara Criminal, de Júri e de Infância e Juventude, por parte da juíza titular responsável pela comarca de Unaí (MG), e sua conduta nas redes sociais, que agora serão alvo de investigação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com o relatório do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, na Reclamação Disciplinar 0007298-04.2022.2.00.0000, a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não cumpriu seus deveres básicos, deixando de comparecer ao Fórum mesmo tendo o teletrabalho expressamente negado pelo tribunal, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados.

O voto do corregedor explica ainda que a magistrada tem intensa atividade nas redes sociais, utilizando a visibilidade para a participação em cursos em plataformas virtuais, constantemente se manifestando sobre questões político-partidárias, com ásperas críticas dirigidas a ministros de cortes superiores, além de comentar as decisões desses colegiados e processos em andamento.

Essa conduta será objeto do segundo PAD aberto contra a juíza, no âmbito da Reclamação Disciplinar 0006242-33.2022.2.00.0000, também julgada durante a 1ª Sessão Ordinária do CNJ em 2023, realizada nesta terça-feira (14/2).

A juíza é conhecida e ferrenha bolsonarista, já menosprezou a pandemia da Covid-19 e, no auge do número de mortes, quando o Brasil apresentava média de mortes em torno de 4 mil pessoas/dia, a juíza viralizou ao ensinar em vídeo  como não usar máscara em público, disfarçando com um sorvete. Ela também já defendeu o blogueiro foragido Allan dos Santos, a quem chama de ‘amigo’. A magistrada é considerada uma das maiores propagadoras de fake news do Brasil.